O problema é quando as cartas estão viciadas e a casa ganha sempre. É esse o problema de ir a jogo sem truques e apostar sem contagem de baralho, apostar numa combinação que só é possível sem o vício de cartas repetidas. Basta uma carta e o jogo nunca será do apostador, será sempre da casa.
E por isso o lugar mantém-se vazio. Vazio sem presença, mas sem ausência. Sem espera, mas sem desesperança. Sem pressa. Mas sem tempo para perder Tempo.
E tenho que, tenho que, tenho que. Não tenho que nada mais. Nada mais do que posso, do que consigo, do que sei, do que sou. Não tenho que.
Porque ter quer só eu me posso exigir e só posso exigir-me não ter pressa. Um dia serei melhor. Não estarei apenas. Serei.
“De todos, ele é mais parecido contigo” e sei que sim e sei que dói tamanha parecença que a genética ditou num jogo sem batota e onde posso dizer que de alguma forma ganhei mas o jogo não é meu. Nem ele. Repito-o quase desde o primeiro dia, que foi no segundo ou terceiro quando tive que aceitar que não era de facto.
O jogo está viciado. Desde sempre. E o problema é quando as cartas estão viciadas e a casa ganha sempre. E a casa não sou eu.