Terminei a leitura do retrato da personalidade borderline e não sei se fiquei melhor com o conhecimento que adquiri. Já sabia que a perturbação de personalidade borderline não era simples. Mas não tinha noção da sua verdadeira complexidade que até na área da psicologia e psiquiatria gera alguma confusão.
Tento, desde o diagnóstico, encaixar-me em algum lugar que me identifique. E na perturbação borderline faz sentido, sim, mas há aspectos em que não me revejo totalmente. Mas também faz sentido que assim seja, até porque cada caso é um caso.
Terminada a leitura, só posso baixar os braços em desânimo porque já sei que não terei uma cura. Terei antes uma recuperação, podendo atenuar a sintomatologia, mas nunca me livrando do que para uns é uma doença, para outros é apenas uma perturbação de personalidade.
Não sei, mesmo, como me sinto com a leitura. E hoje a tarde foi toda dedicada à leitura desse retrato.
Já sabia, à partida, que não seria uma leitura muito fácil. Mas saber que o tratamento é algo relativamente recente por tanta confusão que o diagnóstico suscita na comunidade não me faz sentir melhor.
Deposito a confiança no terapeuta fofinho que acertou em cheio no diagnóstico e que já me conhece como ninguém. E que já me ajudou tanto ao longo destes praticamente 5 anos de trabalho conjunto.
Mas não posso esquecer-me também de confiar em mim. E aqui é o mais difícil. Porque, apesar de me conhecer bem, estou longe de saber quem sou…e até isso faz parte da personalidade borderline.
Amanhã será melhor. O livro será relido brevemente depois de o passar a quem tem que o ler. E pode ser que à segunda leitura fique mais fácil aceitar o diagnóstico…
Até lá, um dia de cada vez. A gerir emoções o melhor que conseguir e souber.