Sair de casa todos os dias um bocadinho. Já não saía desde Domingo. Sentia-lhe a falta. Mas recuso esplanadas fechadas carregadas de gente sem máscara. Prefiro ficar cá fora e pouco me importa o frio e a humidade. Não sou fã de takeaway Covid.
Saí e fiquei ao frio enquanto outros 10 caramelos sem máscara se aconchegavam na esplanada fechada. Não entendo esta gente e chego a pensar que não vivemos no mesmo planeta…
Os números assustam-me. E dou por mim a pensar que dificilmente sairemos deste filme e a vida parou por aqui. Hoje percebi o quanto esse cenário me dói e me pesa. Parece que estou num pesadelo e não há forma de acordar. Tenho vontade de fazer acontecer, mas percebo que é praticamente impossível conseguir fazer seja o que for. Porque o risco existe e é grande, mesmo que a vontade seja muita e forte.
E depois há dias em que não há retorno quando sinto que preciso de um pouco de aconchego. E essa falta de retorno, esse silêncio, deixam-me a sentir meio perdida.
Enfim, é o que é. Se num caso sei exactamente o que fazer para me proteger, no outro não sei como contornar o silêncio. Ainda hei-de aprender a lidar com esse silêncio. Não gosto dele nem o desejo, mas hei-de encontrar a melhor forma para lidar com ele.
Amanhã? Será melhor. Haja retorno e tudo melhora.
E eu só queria ver aquele olhar novamente…