Parar todos os dias um bocadinho. Para pensar, para respirar, para observar, seja para o que for, mas parar todos os dias um bocadinho, sempre.
Cansada, claro, mas estranhamente não exausta. É uma quinta feira que me faz sentir numa terça. E as últimas terças sentiram-me sexta, de tão cansada.
O retorno matinal do porto de abrigo, uma breve e rápida espécie de conversa, ou simples troca de palavras, já não sei se lhe posso chamar de conversa quando é tão fugaz… Mas sabe sempre bem ter retorno daquilo que nos sabe e faz bem. Um dia deixa de haver, eu sei. Faz parte. E talvez por isso me agarre ao pouco que tenho que sabe a tanto.
E a tempestade perfeita que ressurge, também de forma rápida, e que justifica a ausência, ou parte dela.
É uma confusão, é o que é. Mas, seja o que for, tanto num caso como no outro as expectativas são as mesmas: zero. Ou um bocadinho menos, até. E é a melhor defesa que posso oferecer a mim mesma. Só assim não me vou magoar. Low expectations. O menos possível. E sempre, sempre!, um dia de cada vez. Porque todos os dias pode haver novidades, alterações ou simplesmente ausências.
É um jogo, o da tempestade perfeita. É um nada, o porto de abrigo. É uma confusão, o que vai na minha cabeça.
O melhor? É não pensar. Porque, sei, se pensar vou acabar por pensar demasiado e vai acabar por sair asneira, daquela asneira tão distante da realidade. O que tiver que vir, venha. Num caso ou no outro. Já desisti de correr atrás seja do que for. Deixo que aconteça o que tiver que acontecer. E, se não acontecer, é porque não era para ser.
Muito cansada. Mas amanhã será melhor, nem que seja só por ser sexta feira. E depois de amanhã vou, finalmente, poder descansar. Porque o porto de abrigo vai estar lá, no sítio dele, e a tempestade perfeita, apesar da distância mais curta, vai de certeza manter-se longe.
Seja. Encolhendo os ombros. E sorrir e acenar. Estou aqui. Quem quiser, sabe onde e como me encontrar. E quem não quiser também.
