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Sábado, aquele dia aborrecido da semana. Hoje não foi um dia muito aborrecido, foi antes dedicado a algo que estava a precisar: descansar.

Acordar cedo, como habitualmente, depois de mais uma noite interrompida. E, ainda de manhã, o retorno do porto de abrigo e uma espécie de desafio meio em jeito de brincadeira que aceitei de imediato: dar de mim, do meu tempo, a quem precisa. Vai acontecer amanhã, por mim podia ter acontecido já hoje.

Amanhã, então, fazer do meu dia algo de útil. Dar o meu tempo, aquele que eu não tenho tempo para perder Tempo, e que cada vez acho mais importante, especialmente por continuar a cruzar-me com quem não acrescenta muito ao tempo que lhe dedico.

Continua um silêncio ensurdecedor. Mas há silêncios que gritam. E eu já percebi a mensagem. Por isso mesmo não pretendo continuar o jogo da tempestade perfeita. Que, como digo desde o primeiro dia, tem tudo para correr mal. Mas não o vou permitir.

Prefiro manter-me segura num porto de abrigo que conheço bem e que sei que não me leva a lado nenhum, mas que me aconchega simplesmente por estar lá.

Porque dizer a frase “temos que conversar” pode ter como resultado a fuga, mas apenas para quem é uma tempestade perfeita, não um porto de abrigo.

Lesson learned. E, se voltar a haver contacto com a intempérie, já sei o que esperar. E por onde ir. Ou, decididamente, não ir.

Amanhã vai ser um bom dia. Por tudo o que está previsto, pela presença que procuro há tanto tempo, pelo tempo que vou dar sem pedir nada em troca, pela diferença que vou ajudar a fazer, por fazer do meu dia algo bom.

Hoje? Descanso. Não consegui estudar. Devia tê-lo feito, mas precisei de ter tempo para não fazer nada. Para sentir que sim, descansei. Por isso, por hoje chega.

Amanhã será melhor. E já sei que será bom.

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