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Terça feira. E corpo que continua muito dorido. E a ansiedade a fazer-se presente.

E, do outro lado, a pergunta se estou melhor. Não sei a que parte se referia, porque o corpo físico pode estar ligeiramente melhor apesar de manter as dores, mas o corpo emocional não está melhor. Respondi que continuo com dores, que se aplicam tanto ao corpo físico como ao emocional. Porque continua a doer. Tanto num como no outro, continua a doer.

Tento manter-me serena. Mas a ansiedade aparece sempre quando não estou a trabalhar, quando não tenho a cabeça ocupada. Como agora, à noite. A noite, juntamente com o final do dia, é sempre uma porta aberta para pensar no que e o que não devo. Felizmente a ansiedade ainda me deixa adormecer com alguma facilidade. Mas, descobri esta noite, faz-me acordar de madrugada sem motivo.

Fico curiosa com o motivo da pergunta se estou melhor. Pode ser uma pergunta genuína, pode ser uma pergunta simplesmente desinteressada para fazer conversa. Não sei, nunca saberei. Mas sabe bem.

Sinto falta do aconchego que o porto de abrigo me dava. E hoje sei que não posso olhar para esse porto de abrigo e esse aconchego da mesma forma. Mas não posso evitar dizer que sinto falta. Porque sempre me soube bem. Sempre me fez bem. E hoje faz-me tanta falta…

Se eu queria estar assim como estou? Não. Se eu sabia que isto podia acontecer? Sabia. Se alguma vez imaginei que fosse doer tanto e deixar-me no estado miserável em que estou? Nunca. Mas estou. E não sei como vou conseguir sair disto.

Dizem-me que hei-de sair mais forte. Mas mais forte do que o quê e para quê? Não era nada disto que eu queria quando dei aquele primeiro passo há 4 anos e meio. Também não queria apaixonar-me. E deu no que deu. Que é muito mais para lá do que uma simples paixão. É algo mais forte e intenso do que uma simples paixão. E mais bonito também.

Enfim. Não queria nada disto. E sinto isto como uma perda das grandes. Muito, muito grande. Como se, com aquele murro no estômago, tivessem arrancado um pedaço de mim.

E, de certa forma, arrancaram. Só me resta agora aprender a viver sem esse pedaço que me arrancaram. Por muito que agora doa, um dia vai abrandar. E talvez um dia deixe de doer tanto. E, quem sabe, talvez um dia simplesmente deixe de doer.

Mas, por agora, dói.

Muito…

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