{#056.311.2024}

Já passei a fase do Whatever. Até já passei a parte do encolher os ombros. Agora estou na fase de me apetecer atirar tudo ao ar, começando por esse elemento essencial chamado Canadiana, ou muleta para os amigos, que me permite ir do ponto A ao ponto B sozinha e me tem devolvido a independência aos poucos. É-me essencial, mas estou farta dela, e só andamos juntas há pouco mais de uma semana, mas não há previsão do final da nossa relação de amor/ódio…
Sim, apetece-me atirar tudo ao ar. A fisioterapia, as análises, os exames, as idas quase diárias ao hospital. Apetece-me muito destruir tudo à minha volta com a ajuda da Canadiana. Também para a destruir.
Continuo em negação. Continuo revoltada. Continuo farta deste processo que ainda vai no início…
Tenho saudades de conseguir caminhar mais depressa, sem apoios e, acima de tudo, sem desequilíbrios. Estou farta do meu estado actual. Por isso um simples “whatever” já não me chega. Apetece-me chorar. Mas não consigo. Já o fiz há uns dias em conversa aberta sobre o que se passa com alguém que não me disse o que eu queria ouvir mas sim o que precisava de ouvir.
Os dias vão passando e eu vou seguindo ao sabor do vento, ainda sem diagnóstico fechado porque ainda não tenho os resultados dos exames, logo sem medicação que me pode ajudar…
Por isso não, um simples “whatever” não me chega. E eu já não sei como aguentar isto, como seguir com a minha vida absolutamente aborrecida, como lidar com os vários sinais e sintomas que vão aumentando.
Desconheço, ainda, esta aventura. Mas também sei que não estou sozinha. Mas não, um simples “whatever” já não me chega…

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