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#day320

A magia existe. Já o disse aqui tantas vezes. E já disse aqui também tantas vezes que o Jardim da Estrela está carregado dela.

Se dúvidas houvesse, hoje teriam acabado.

Um dia que amanheceu cinzento. Não apenas o céu mas eu mesma também em tom de cinza escuro depois de mais uma noite em branco a ouvir os sussurros dos meus demónios que insistem para que voe. A minha luta com eles. Os diálogos na minha cabeça que não chegam a ser diálogos, apenas monólogos, porque não chegam aos destinos. Adormecer, finalmente, perto da hora de acordar, sempre às voltas com o desassossego.

Sair de casa tão mais tarde do que era suposto porque o peso do desassossego e da noite agitada, em branco, me prendia os movimentos.

Seguir caminho a custo, acompanhando as nuvens cinzentas como eu, a ameaçar chuva como eu. Não conseguir falar a ninguém à chegada, porque o nó na garganta apertava e ameaçava desfazer-se em pranto.

Recusar as brincadeiras matinais habituais que começam ainda no café ao pequeno almoço. E dizer quase sem pensar, de olhos molhados, “hoje não, pára com isso ou mando-te à merda”. Sufocar o choro que quis rebentar ali e rematar com “só não te mando já à merda porque tenho memória” e perceber na troca de olhares que a mensagem foi recebida e entendida. Porque não me esqueço e sou grata, muito, por aquele abraço naquele dia em Belém em que tudo começou a terminar.

Evitar, a todo o custo, falar. Evitar, a todo o custo, levantar os olhos do chão para que não se visse a chuva que ameaçava cair.
Entrar no Jardim……

……entrar no Jardim e tudo começar a mudar. Montar a banca em piloto automático rapidamente. Depois de tudo pronto recolher-me para o meu nicho. Uma espécie de ninho na base de uma árvore. Aquela cuja espécie desconheço mas que já chamo de minha.

Sentar-me no chão, como sempre, encaixar-me, literalmente, naquele nicho e deixar-me ficar. E o céu a ficar azul e eu a perder o cinzento escuro. As nuvens que desapareceram e os meus olhos que secaram.

Regressar lentamente pelo peso do sono e já não do desassossego ao meu posto. E dar por mim, de repente, a alinhar nas brincadeiras que tinha recusado pouco tempo antes, retomando a normalidade.

É ali, sem dúvida, que me encontro. Que me liberto de tantos pesos, que acalmo desassossegos.
É ali que o céu passa de cinzento a azul, lá fora e cá dentro.

É ali que me alimento do que me traz paz. Que me escapou por momentos, dias, mas que faço questão de manter agora que está a regressar. É ali, também, o meu porto de abrigo.

E é moída e cansada que hoje me deito sem diálogos que são monólogos, sem fantasmas que se apresentam e sem demónios que me sussurram para que voe.

Hoje? Durmo em paz. Porque a magia existe.10568959_10153149863008800_4710281386355455737_n

#day319

A precisar, muito, de soltar amarras. De largar o que foi e já não é. O que nunca foi. O que quase foi. O que nunca chegou a ser.

A precisar de silenciar os diálogos na minha cabeça, que são, na verdade, monólogos. Que gostaria que pudessem ser ou ter sido diálogos.

Soltar amarras, sim. Mas, ao mesmo tempo, largar a âncora para não me perder por aí novamente. Para não regressar a mares turbulentos de tempestades internas. Onde já estive, onde ameaço voltar. Não quero. Não quero este rumo. Preciso novamente encontrar o Norte. O meu Norte. O meu porto de abrigo. A minha Luz de Presença. Voltar a ter os pés no chão.

Por agora respiro. Inspiro. Expiro. Não custa, hoje. Custava há um ano. Custou durante tanto tempo.

Não custa. Custa, sim, o peso da memória. O peso dos dias que passam, que já passaram, que vão continuar a passar. Custa, sim. Custa lembrar-me todos os dias. Mesmo que não fale deles.

Solto amarras. Lanço a âncora. Mas preciso, também, de cordas que me mantenham à tona. Antes que precise delas, novamente, para me içarem.

Um dia de cada vez, novamente. Um dia. De cada vez.

Amanhã? Vai voltar a ser melhor que hoje. Que, ainda assim, foi apenas desassossegado, não exactamente mau.11666071_10153147001393800_445327065294432709_n

#day318

Já fui muito feliz aqui. Um dia volto a participar. Hoje ainda não foi o dia.

Mas foi dia de visita. Quase de médico, com muita pena minha. Precisava de mais tempo. Para isto e para tanto mais…para mim, por exemplo.11692480_10153145107813800_2189336864046784056_n

#day317

Como assim, já estamos na 2a metade do ano? Tempo, vai mais devagar…

{não adianta olhar para trás. Mas não posso – nunca – esquecer-me do “antes do final de Fevereiro” e do depois…*stay focused, please*}11228049_10153143328113800_7736444635539769656_n

#day316

De que cores se mede a distância dos dias?

………

#day315

Fim de tarde de calor? Esplanada com minis e caracóis. Ou mini{sobrinho} e caracol {de massa}.

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#day314

De hoje? Isto, sem dúvida.
O ‪#‎microsobrinho‬ louraço dos olhos grandes e tendencialmente esquerdino.

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#day313

Então, e como vais de amores?”

Quem, eu? Eu é mais amoras. Frescas, doces e chateiam menos.

#day311 {que na verdade é #day312}

Soft Kitty, warm Kitty,
Little ball of fur.
Happy Kitty, sleepy Kitty,
Purr, purr, purr…

{miss you already, kitty cat}

Reponha-se a verdade dos factos. Ou melhor, a contagem dos dias. Era suposto ser o dia 311, afinal já é o 312.
É, eu ando perdida nos dias…
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#day310 {que na verdade é #day311}

Às vezes apetece-me conversas de candeeiro. Sabem bem.1512298_10153129486143800_3191442786920357048_n

#day309 {que na verdade é #day310}

Old keys don’t open new doors.

{E todos os dias procuro novas portas para abrir, com ou sem chaves. E portas velhas para fechar. Como hoje.}1512433_10153126472238800_2762072985871789711_n

#day308 {que na verdade é #day309}

Bocadinhos de cor num dia que quis ser cinzento.

E ver pelo telescópio, pela primeira vez, a minha Lua… ♥ {tão linda, tão perto, tão minha!}11046497_10153125087668800_4095309828643125130_n

#day307 {que na verdade é #day308}

Vai fazer dois que chorei como nunca tinha chorado por uma dor que não era minha.
Hoje, da mesma forma que há dois anos, senti o que não é meu como se fosse. Mas hoje em jeito de vitória. Sim, doem-me as dores dos outros como se fossem minhas. Mas também vibro com as vitórias, conquistas e felicidade dos outros como se me pertencessem. Porque essa sou eu, assim.

Se há 2 anos não pude entregar o que tinha prometido à Nô, hoje entreguei ao mano Leonardo. Que é lindo, tal como a mana. Especial tal como a mana, embora de forma diferente.

Se há dois anos abracei a mãe Ana e o pai André com toda a força que tinha por causa da Nô, hoje vi-lhes no olhar o Amor que têm por ambos os filhos. Ambos lindos. Ambos especiais. Ambos únicos. Uma Fada. E um Príncipe.

E só por isso foi um happy day para mim. Com a certeza que estes pais e estes filhos vão contar muitos happy days também ♥

Ana e André, muito obrigada pela honra, pelo privilégio de vos conhecer e de vos ter acompanhado ao longo destes 2 anos.
Leonardo, continua assim: lindo. E feliz.
Nô, continua o teu trabalho como tens feito nestes 2 anos. E nunca te esqueças que, também desse lado, as Fadas brincam, cantam e dançam e saltaricam ♥1609739_10153121892368800_8048714333771164313_n

#day306 {que na verdade é #day307}

Domingo de ressaca depois daquele que foi, de certeza, o dia de feira mais longo de sempre. Em 9 anos e meio de vida de casa às costas, não me lembro de alguma vez ter começado a feira às 9h da manhã para terminar à 1h30 da madrugada…

Domingo preguiçoso para recuperar forças, repôr sonos em déficit, atenuar dores de costas (passear 20 kilos de cimento fazem tão bem às costas…só que não!).

Domingo lento mas sem paciência para trânsito lento conjugado com calor. Atravessar o rio no ferry que é para isso que {ainda} existe embora queiram acabar com ele.
Lisboa com aquela luz que é característica é linda seja qual for a porta ou forma de entrada.

Domingo de Solstício que não consegui saborear. Mas deliciei-me com a recepção do micro e do mini. E as maluquices próprias dos 5 anos de um Mini feliz. E as meiguices dos 2 anos de um Micro que não larga a tia de maneira nenhuma, para nada e que a vai buscar de mão dada esteja ela onde estiver para a levar para onde quiser. E ela, que sou eu, vai. E o Mini que diz do Micro “oh tia, já viste bem?! O mano nunca te larga! Para nada! Está sempre agarrado a ti!” e rimo-nos os 3.

Domingo que já vai longo, no telhado há pouco com uma Lua Crescente linda que já se pôs.

Domingo que soube a pouco nas horas. Que soube a tanto no resto.

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#day305 {que na verdade é #day306}

E porque Almada é sempre Almada e a Casa da Cerca é sempre a Casa da Cerca, 2h30 da manhã parece-me uma boa hora para dar por terminado um dia que acordou às 7h tendo adormecido às 6h.

Oh what a {really long} day…

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#day304 {que na verdade é #day305}

Tenho saudades de estrelas, de pirilampos, de Lua Cheia, Meia Lua, Lua apenas Lua.
De conversas sem rumo, sem horário e até sem nexo.

Tenho, sobretudo, saudades da Paz que tinha em mim até há uns dias, poucos dias. Não tenho saudades, nenhumas, da ansiedade que anda a querer fazer-se presente. Sem motivo. Ou apenas trazida pela memória.

E também não tenho saudades, nenhumas, de “gut feelings”. Daqueles menos bons. Mas tudo isto vai passar… ♥11141166_10153114285508800_5629148688100733051_n

#day303 {que na verdade é #day304}

365 dias constam no calendário.
Podemos saltar os próximos 103 e passar rapidamente para Outubro?

Não, não me apetecem os meses de Verão. Nem as memórias do último que não existiu.

{sim, estamos em dia menos bom. Outra vez…But this too shall pass.}10479710_10153111431363800_5228952699640166309_n

#day302 {que na verdade é #day303}

Às vezes tenho saudades dela. Da rebeldia, de não ter rédeas, de se deixar levar pelas experiências. Do grupo de teatro, da escola que olhava de lado porque viver a sério era lá fora.
De ser bruta em autodefesa, ainda que sem o saber. Da ingenuidade do final da adolescência quando aos 21 não era muito diferente de aos 16.

Às vezes tenho saudades dela. De ser gira e não saber, nem sequer pôr a hipótese. De ter “um belo par de pernas” como me disse uma vez o Miguel sem segundas intenções. E não acreditar na sua sinceridade. De tentar esconder as imperfeições mas que afinal eram perfeitas por isso mesmo, por imperfeitas.

Às vezes tenho saudades dela. Por isso é que, ao fim de 17 anos, sempre que me cruzo com ela em papel, me deixo ficar. A olhar. A recordar. Bons tempos, aqueles. Belo ano, aquele de 1997. Talvez o auge daquela época que começou uns anos antes e terminou no ano seguinte.

Às vezes tenho saudades dela. E, se pudesse, gostava de me sentar com ela e conversar. Trocar experiências. Nunca lhe iria ensinar nada, porque se bem a conheço sei que não deixaria que acontecesse. Mas de certeza que ela me iria ensinar algumas coisas.

Às vezes tenho saudades dela. Às vezes tenho saudades de mim.11401186_10153109205718800_2951877372893582323_n

#day301 {que na verdade é #day302}

“Cores no meu caminho? Pinto-as todas. Um dia vivo no arco-íris.”

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#day300 {que na verdade é #day301}

300.

Reflexões são reflexos muito grandes, não são? Se não são, deviam ser. Eu sei que sou o reflexo de muitas reflexões ♥

{olho para trás, para os últimos 300 dias, e posso dizer “oh boy…”. Quando acreditei, logo no início, que dificilmente chegaria ao dia 3, ao dia 10, ao dia 20. Nunca acreditei chegar ao dia 100. Cheguei. Avancei. A punho. A custo. Nunca sozinha. E dessa parte nunca me esqueço. Nem esquecerei. Porque sozinhos não somos nada. Sozinhos não somos ninguém. Sozinhos podemos até chegar a muitos sítios, mas nunca a porto seguro. Alcancei os 200. Quem diria? =) os 200 ali logo a seguir aos piores dos piores dos dias. Ali onde houve um poço sem fundo onde mergulhei e onde, confesso, quis deixar-me afogar. Porque era mais fácil. Tão mais fácil deixar-me afogar. Porque simplesmente doía menos se me deixasse afogar. Mas foi ali, nesses dias próximos dos 200, onde tudo era negro, que me puxaram. Um telefonema. O telefonema certo, com a mensagem certa. E saí do poço. Decidi que não queria, afinal, afogar-me. E voltei a celebrar o azul dos dias. E aos 200 dias ergui a cabeça para absorver o azul e todo o espectro de cores de todos os dias. A viagem dos 200 aos 300 foi tão mais tranquila do que a dos primeiros 200 dias. Com novos caminhos a percorrer, com descobertas “só por hoje” e com uma sensação que desconhecia: paz. Paz em mim. Paz comigo. Paz com os outros. Paz, apenas isso. E essa Paz que deixa ver o Amor, aquele do A maiúsculo, de outra forma e em coisas tão pequeninas que muitos não se atrevem a chamar de Amor.
Sigo em frente. Mantenho este percurso. Porque, afinal, estou cá quando cheguei a ponderar não estar. Hoje conto 300 dias. Amanhã quero contar 301. Como uma cruz no calendário. Daquelas que nos recordam que já chegámos tão longe mesmo que, algures pelo caminho, tenhamos ponderado não continuar.}
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