Dos dias que passam, a correr ou em calmaria:
– como assim, já estamos no mês 11, mês cujo nome aprendi a recusar por rimar com aquilo que ninguém quer viver? Tal como o mês 7, que mesmo sendo 7 o meu número de eleição passou a ter outro peso no calendário e que faço por não pensar. {e lembro sempre das palavras de Kot Kotecki: “respira. Não pensa. Não pensa, não dói.”}
– dói na mesma, não pensando. Tanto o 7 como o 11. O 11 “resolvido” cá dentro, aceite. O 7 longe, tão longe disso. Mas perto, tão perto, tão demasiado perto dos olhos molhados de lágrimas não aceites, não resolvidas.
– ao mesmo tempo, o regresso ao aqui e agora. A um novo aqui, um novo agora. Que me aconchega. Que me acarinha. Que me acalenta. Que me sorri e faz sorrir também. Sorrisos que aconchegam, que abraçam, que dizem tudo sem ser preciso dizer mais nada.
– conversas que duram horas, que parecem segundos, que se encontram de surpresa e ao mesmo tempo sem surpresas porque é mesmo assim, porque há coisas que não se explicam, simplesmente acontecem. Simplesmente se sentem.
– é, outra vez, o aqui e agora. Em progresso. Em processo. Porque é só isso que importa, porque amanhã pode ser tarde. Tão demasiado tarde. Que se lixe o amanhã. É aqui. É agora.
E sim, são dias que passam a correr. Que passam em calmaria. Que, precisamente por passarem, os agarro para que não me fujam.
E, para quem não sabe, o comboio sempre foi o meu meio de transporte favorito, desde sempre ♥