Cansada. Muito. Tanto.
Dores nos pés. Nas pernas. Por todo o lado. Resultado de um fim de semana longo, pesado, intenso. Intenso de trabalho, intenso de emoções, intenso de partilhas, intenso de conversas. A dois.
Saber que {ainda} vou do sorriso às lágrimas em poucos, tão poucos, segundos. Mas sentir, e saber, que apesar das lágrimas serem só minhas, do outro lado há quem me permita chorar e falar. Dizer o que nunca disse a ninguém. E poder fazê-lo com a certeza de um abraço. Que me acolhe. Que me aconchega.
Um pedido que faço de lágrimas nos olhos. Um desejo que me confessam ao ouvido mesmo sabendo que ainda me dói, mas um desejo sentido, sincero, verdadeiro, honesto. Que mesmo no meio das lágrimas me soube tão bem. Tanto.
Uma pergunta, hoje, a que me recusei responder em voz alta. Que pedi que não me perguntassem para que as lágrimas não voltassem. Mas a resposta, dada a mim mesma por mim mesma, depois do desejo confessado ontem ao ouvido, a resposta que jurei a mim mesma que não iria dar, mas dei.
As lágrimas surgem. Facilmente. Mas não. Não é momento de lágrimas. Não é tempo de lágrimas. É, isso sim, o oposto. É tempo de sorrisos. Daqueles no olhar, daqueles ao canto da boca, daqueles na voz.
Sorrisos de várias cores e sabores. Sorrisos em sintonia. Sorrisos em conversas. Sorrisos em silêncio.
Não são sorrisos de castelos na areia. São, sim, sorrisos de raízes que se encontram, se cruzam, se entrelaçam e projectam pontes.