“Não conhecemos o amor antes do amor.”
José Saramago – Deste Mundo e Do Outro (crónicas)
E saberemos reconhecê-lo? Há tantas formas diferentes de o identificar que podem muitas vezes gerar confusão. Assim como também há tantas formas de o expressar que podem muitas vezes não ser entendidas.
Mas não conhecemos mesmo o amor antes do amor, tenha ele, o amor, a forma que tiver. Tal como o vento que só conhecemos quando o sentimos tocar-nos no rosto. O amor não precisa de toque. Pode tocar-nos mas não precisa de toque para ser sentido.
Pode ser um sorriso. Expressivo, de adolescente, por vezes quase infantil. Ou pode vir num voto estrelado de boas noites. Ou simplesmente num olá, estou aqui mesmo que não esteja aí.
Não conhecemos o amor antes do amor. E depois de o conhecermos damos-lhe cor, cheiro, forma, gesto, toque.
E o sorriso que se guarda cá dentro porque oferecido, porque sentido.
Não. Não conhecemos o amor antes do amor. E nunca deixamos de o reconhecer. Mesmo de longe.