Ainda da memória de calendário. Agora de há 6 anos.
Na véspera, um fabuloso dia de praia. O Verão que não tive acontecia em Outubro.
E daí a poucos, muito poucos dias ia começar uma espécie de pesadelo. Uma aventura no mínimo surreal. Onde aprendi, à força, o que quero. Mas sobretudo o que não quero.
Se tivesse dado ouvidos àquele gut feeling daquele primeiro momento, que me gritava e me dizia para sair dali, certeiro como sempre, não tinha passado pela experiência mais surreal de sempre. Mas não quis ouvir. Ou melhor, ouvi. Mas fiz de conta que não.
Arrependi-me? Não sei. Sei sim que merecia melhor do que aquilo tudo que passei. Ou que me fizeram passar, apenas para se aproveitarem daquele meu estado de carência pura e plena vulnerabilidade.
Foi há 6 anos. Relembro como se tivesse sido ontem. Mas pelo menos hoje olho para trás e posso dizer que não, o problema não era o meu estado miserável daquele fim de Verão e dos meses que se seguiram. O problema era, e foi desde o primeiro momento, do outro lado.
Hoje sei que mereço melhor. Na altura cheguei a acreditar que tinha o que merecia. Hoje sei que não. De todo. Merecia e mereço mais e melhor.
E também por isso hoje dou ouvidos a esse gut feeling que me visita regularmente. Já sei que posso confiar nele.