Tenho ideia de já ter escrito sobre isto aqui há uns anos: custa-me horrores cortar o cabelo. Por pouco que seja, custa-me sempre, especialmente quando ele está muito comprido. Como agora. Estava muito comprido, foi cortado e custou-me tanto.
O meu cabelo é uma espécie de reflexo do que vou vivendo. Não o deixo crescer por promessa de alguma coisa, como uma vez me perguntaram se seria. Deixo crescer porque gosto mais dele assim. E cortá-lo é quase como cortar um pouco de mim.
Não é do meu cabelo que vem a minha força. Mas ajuda-me a acreditar que tenho força suficiente para ser paciente e esperar por resultados.
Continuo à espera. Nem sei bem do quê, sei apenas que espero. Alguma coisa boa vai acontecer e vou perceber que era disso exactamente que estava à espera. E é nessa espera que percebo a relação entre o meu cabelo que cresce e o paciente que sou.
Sempre fui de esperar. Também tento fazer acontecer, mas tantas vezes não posso mesmo fazer mais nada que não seja esperar. E espero. Também a espera traz resultados. Nem sempre são os que quero, mas traz-me respostas.
E neste momento não há muito que possa fazer, por isso espero. E depois de ter cortado hoje o cabelo, essa espera parece custar um pouco mais…
Mas vai melhorar. O cabelo vai voltar a crescer e a espera vai trazer resultados.
E eu vou continuar a ser paciente e a saber esperar.
Como sempre.
