Daily Archives: 31/08/2022

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Quarta feira, dia do meio, dia nim, nem não nem sim. Sempre sem saber muito bem qual é o dia da semana, apesar de saber (sempre) qual é o dia do mês.

Mais um dia de trabalho em casa. O último até ver, depois de mais de dois meses. Podia habituar-me a isto. Ou melhor, já me habituei. Por isso é que custa tanto a preparação para o regresso ao trabalho presencial. Como está a custar. Mas o regresso ao trabalho presencial não vai ser mau. Vai custar, muito, o acordar a horas impróprias e sair de casa ainda muito cedo. Mas vou voltar a acompanhar o nascer do Sol e vou, também, apanhar as cores do final de dia, pelo menos até entrarmos em horário de Inverno. Mas para isso ainda falta algum tempo. Há que aproveitar o tempo.

De resto, neste dia do meio, o silêncio. A ausência. E, desta vez, pelo menos até ver, nem um “estou aqui”. Mas não é por isso que vou dar um passo. Vou manter-me quieta e calada no meu canto. Não tenho que ser sempre eu a tomar a iniciativa. Se custa? Dizem que o tempo ajuda, mas ainda custa, sim. Muito. Mas não me posso esquecer: soltar e deixar ir. Não é fugir. É não pôr pressão. E o que tiver que ser, será. E, se for para ser, que leve o tempo que for. Se vou ficar parada à espera? Não. Vou vivendo. Se é que posso chamar a isto viver. É apenas uma espécie de sobrevivência porque pouco ou nada acontece de diferente. Mas é mesmo assim.

Gostava de receber um “bom dia” sem ser eu a tomar a iniciativa. Gostava de receber um “boa noite” também. São gestos pequeninos mas que sabem muito bem. Sei que, do outro lado, também eram gestos bem recebidos. Mas não vou alimentar o melhor de dois mundos quando eu sou apenas uma. Entenda quem entender…

A minha ausência será notada. Não sei quando. Mas um dia… Até lá, procuro o que é melhor para mim. Paz, acima de tudo. E o Amor, aquele do A maiúsculo. Que tenho para dar a quem quiser receber.

Amanhã? Vai começar muito cedo. Mas vai ser um bom dia. Só porque sim. E porque também. Por hoje faço por não pensar em mais nada. E muito menos naquilo que, na verdade, me incomoda: o silêncio e a ausência…