Daily Archives: 03/12/2022

{#337.29.2022}

Sábado. Que começou cedo. A custo. Mas que valeu a pena, apesar de longo.

Não tive o meu momento de final de dia, apesar de ter ido à esplanada do costume. Mas não tive tempo nem oportunidade para estar apenas comigo. Tenho muito para conhecer em mim mesma, de mim mesma. Mas para isso preciso de tempo comigo mesma. E aquele bocadinho na esplanada do costume ao fim do dia tem servido para me organizar, para pensar, para me estruturar e delinear os próximos passos.

Não adianta ter pressa. E muito menos adianta perguntar como se faz o caminho. Porque é um processo só meu. Que irá levar o tempo que for preciso. E que se irá realizar sabe-se lá como. Mas é possível fazer. E, dizem-me, vai valer a pena.

Todos os dias um bocadinho. Acho que me conheço, mas na verdade há coisas sobre mim que desconheço. Acho que sei quem sou, que sei o que quero. Mas não tenho a certeza. A única certeza que tenho neste momento é que me sinto perdida. Gostava que me apontassem o caminho, mas, se o fizessem, não seria o meu caminho.

Posso ainda não saber muito sobre o meu processo, o meu caminho. Mas sei que terei que cortar com o que me faz mal. E há coisas que, apesar de já me terem feito bem, neste momento não me trazem nada de bom. E é por isso que continuo zangada. E não posso. Nem quero.

Amanhã é dia de consulta com o terapeuta fofinho. E sei que ele me pode ajudar, não a delinear o caminho a percorrer, mas encontrar ferramentas que me permitam olhar para mim de forma a encontrar-me.

Nada disto é fácil. Nada disto é simples. Mas é necessário. Porque eu quero estar bem (e neste momento não estou…) e para isso preciso de entender tudo o que trago cá dentro. Perceber porque é que sou como sou. Porque é que sou quem sou. Sou borderline, é um facto, mas também sou mais do que apenas isso. E é isso que preciso de saber: quem sou eu para além da perturbação de personalidade borderline.

Sinto-me cansada. Mas, percebo agora, sinto-me cansada de não saber quem sou. O que sou.

E, quando souber, tudo será mais fácil e simples. E melhor. E eu quero muito estar (e ser) melhor. Mas, já sei, vai custar. Especialmente quando começar, finalmente, a cortar com o que não me faz bem. E vou ter mesmo que cortar. Doa o que doer…