{#348.18.2022}

Dia de regresso ao trabalho presencial. Dia de regresso a Lisboa. Não foi mau. Sem trânsito de manhã, sem chuva no caminho para lá, chuva apenas na chegada à paragem de autocarro perto de casa e por pouco mais de 500 metros. Podia ter sido pior. Como foi ontem, em que optei pela segurança e fiquei em casa.

Dia cheio de trabalho, e mesmo assim a cabeça dispersa por aí, por onde não devia. Custa cortar com algo que durante cinco anos me acompanhou diariamente.

Mas é o que é. Detesto esta frase. Mas é o que é. E, se o silêncio continua, é para ser mesmo assim. 16 dias? Acho que é isso. Mas não me vou dar ao trabalho de voltar a contar os dias. Vou deixá-los passar. Deixá-los correr. Um dia logo se vê. Mas por hoje deixo assim.

Não me esqueço do que foi escrito e dito há seis meses. Mas, pelos vistos, sou só eu que não esqueço. E devia esquecer. E devia, também, já ter aprendido que, daquele lado, muita coisa é dita apenas por dizer. Como aquele jantar que foi falado só por falar.

Enfim. Continuo zangada. Mas aí a responsabilidade é minha. Porque já há muito tempo que devia ter percebido estas nuances. Mas não quis vê-las.

Zangada. Ainda. E muito. Não me faz bem nenhum. Mas é assim que me sinto. Um dia pode ser que passe. E por agora só tenho que aceitar que quem quer saber, pergunta. Quem não quer, mantém o silêncio. E é pena que seja assim. Porque não tinha que ser…

Amanhã será melhor. Sem ser dia de trabalho, vou ter demasiado tempo livre para pensar no que não devo, no que não quero. Não vai ser fácil. Mas, correndo tudo bem, vai haver conversa de raparigas. E só isso importa. Porque essas conversas são extremamente necessárias. Importantes. Quase obrigatórias. E só isso já vai valer a pena.

De resto, logo se vê. Mantenho a postura dos últimos meses: encolher os ombros, sorrir e acenar. E sim, é preciso encolher os ombros para que se note. Só assim posso dizer que sim, estou zangada, sem dizê-lo directamente e com todas as palavras. Mas é o que é. E espero mesmo que se note. Quero que se note. Pode ser que assim consiga uma reacção. Duvido, no entanto, que essa reacção aconteça tão cedo. E não, desta vez não vou ficar à espera. Nem vou quebrar o silêncio. O que tiver que ser, será. Quando tiver que ser. Se tiver que ser…

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