Dia tão comprido… Fisioterapia de manhã, como sempre. Uma visita ao Hospital para a habitual análise de avaliação da função hepática. Voltar para casa…
Chegar a casa às 14h30 depois de ter saído às 8h. E só de manhã as minhas pernas deram tudo o que podiam dar. Ao ponto de quase terem desistido assim que chegaram a casa. Dar um simples passo? Há já algum tempo que consegue ser tarefa quase impossível. Eu dou-lhes ordem para avançar e elas parecem não me ouvir. Cruzar a perna esquerda por cima da direita quando estou sentada é possível? Ser possível é, mas hoje foi particularmente difícil.
Com Yoga ao fim da tarde, era imperativo descansar no sofá por um bocado. Não aconteceu durante tanto tempo como gostaria, pouco mais de meia hora foi pouco, muito pouco. Mas foi o suficiente para sair de casa com um pouco mais de agilidade nas pernas. Ao contrário dos últimos dias em que tinha blocos de cimento no lugar das pernas, hoje estavam notoriamente mais flexíveis. Mas ainda assim tinha receio da aula de Yoga…
Não há dúvida que as aulas de Yoga são o melhor momento das minhas semanas. E hoje não foi excepção. Subir aquelas escadas sem corrimão é sempre um desafio. Que supero sempre que há aula. Mas não nego que tenho medo, muito medo, da chegada ao primeiro andar…Aquela porta estreita que fica toda chegada à esquerda e onde não há onde me agarrar é a parte mais difícil. Requer um esforço que não tenho como descrever. E, sei-o bem, é um risco grande para mim. Mas não é isso que me vai fazer deixar de ir às aulas.
E depois há as palavras do professor Pedro em resposta ao feedback que lhe enviei a pedido dele que me fazem continuar a progredir e me ajudam a acreditar um pouco mais em mim mesma. “Tens sido uma pessoa que me faz acreditar que, quando queremos viver, vale sempre fazer um esforço para continuar de cara alegre.” E nem sempre a cara alegre é fácil de alcançar. Mas no Yoga, com o Yoga, tenho conseguido muito mais do que alguma vez pensei alcançar. A nível físico, claro, mas acima de tudo a nível mental. E sei que é ali, com alguém que acredita em mim mais do que eu mesma, que vou conseguir alcançar a melhor versão de mim mesma, com ou sem dificuldades. Mas, como escrevi ao professor Pedro, hoje posso não conseguir alcançar uma postura. Mas sei que amanhã vou conseguir. E é assim também na vida lá fora: é não desistir e descobrir o meu ritmo para alcançar.
Agora, a esta hora, 23h50, é urgente descansar e dormir. Amanhã a clínica de Fisioterapia espera-me logo cedo. E o meu corpo está a cobrar-me o dia tão comprido de hoje…
