Fazer de conta. Continuar a.
Escondida na minha bolha. Ou será protegida?
Na minha bolha. Continuarei a fazer de conta.
Na minha bolha onde reencontro a minha armadura. Já cheia de marcas de embates anteriores que não contabiliza os últimos embates. Porque, um dia não tão longínquo, ousei retirar a armadura por completo. E também tive a audácia de sair da minha bolha. Senti-me verdadeiramente corajosa e com força e vontade de conhecer e enfrentar o Mundo lá fora. Aquele que existe fora da minha bolha e para lá da minha armadura. Hoje regresso. À minha bolha. À minha armadura.
A minha armadura encho de filtros. Daqueles que só deixam passar o que faz falta, o que faz bem. Na minha bolha pinto o meu Mundo com os meus lápis de cor.
A minha armadura irá continuar a contabilizar embates. Os embates daquilo que, à força, tenta ultrapassar os filtros. A minha bolha irá resguardar-me do Mundo onde, afinal, não posso pertencer.
Na minha bolha terei tempo, o meu tempo!, para me reencontrar. Para sarar as feridas e formar cicatrizes. E, na minha bolha, irei reencontrar a segurança que me foi arrancada depois de ousar retirar a armadura.
A minha armadura. A minha bolha. Estão de volta. E, percebo agora, tardiamente!, nunca deveria ter aberto mão de nenhuma…
