Daily Archives: 03/07/2025

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Não, o dia hoje não foi fácil…
Parecia estar a correr normalmente, apesar de ter perdido o autocarro, mas segui o meu caminho no autocarro seguinte até Almada para a Fisioterapia, tranquilamente de phones nos ouvidos a ouvir o programa da manhã da rádio como em todos os dias normais. Bem disposta, a rir sozinha com o que me chegava nos phones. Uma equipa sempre bem disposta e bem humorada, muita rebaldaria que hoje parecia mais aguçada, muita risota, muitos disparates para começar bem mais um dia de muito calor. Parecia, portanto, mais um dia normal.

Até que, antes das 9h15m, aquela voz que nos habituámos a ouvir a conduzir o programa, que nem maestro, entra no ar num tom sério com a notícia que ninguém quer dar: morreu Diogo Jota. E o irmão André Silva. 28 e 26 anos respectivamente. Dois miúdos, portanto.

O Diogo e o André não me eram nada. Não me eram família. Não me eram amigos. Não me eram nada. Eram “só” jogadores de futebol que me entravam em casa pela televisão muito de vez em quando. Não me eram nada. Mas passaram a ser aquele abanão que, de vez em quando, preciso.

Aquele abanão que me relembra que o “Depois faço”, o “Depois digo” pode tão rapidamente transformar-se em “Agora é tarde demais…”…

Em 2013 tive um abanão desses. Nessa altura adoptei o lema “Não tenho tempo para perder Tempo” e prometi a mim mesma priorizar o “Aqui e Agora“. Mas o tempo vai passando e acabei por me desleixar com essa promessa. Encostei-me não sei bem onde. Dei demasiadas coisas por garantidas. E a notícia desta manhã do Diogo e do André foi o tal abanão que estava a precisar…

Foi um choque. Pelas idades, por tudo o que acabou ali. De forma completamente aleatória e absolutamente injusta.

Pensar nisso dói-me. E, também por isso, fiz questão de reforçar junto dele o que trago cá dentro. Que ele já sabe, mas que eu faço questão de repetir. Tantas vezes quantas me apetecer. Porque há 2 anos ele é o meu farol nos momentos escuros, é o meu porto seguro nas minhas tempestades.

Não deixo nada por dizer. Porque não vou dar a hipótese a um “Depois” de se tornar um “Tarde demais”…

É uma merda… É.

É uma grande merda…