Daily Archives: 06/07/2025

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Se é para ir, não hesito. Vou. Em frente, passos pequenos, nunca incertos, equilíbrio precário que resiste, força motriz.

Medo. Percorre o corpo. Paralisa. Força motriz que insiste. Se é para ir, vou. Em frente, sempre. Não hesito. Sem apoio. Sem rede. Com medo. Sempre. Vou.

Pequenos passos. Inseguros, o valor das pequenas coisas, nunca incertos. Equilíbrio precário que resiste ao abalo das ondas. Em frente. Se é para ir, vou.

Não há garantia. De nada. De ninguém. Do amanhã. Tudo muda. Tudo pode mudar. A qualquer momento. A qualquer instante.

Pequenos passos. Inseguros. Nunca incertos. O imenso peso, o enorme valor. Das pequenas coisas num equilíbrio precário. Que resiste. Força motriz que insiste. Não hesito. Se é para ir, vou.

Pequenos passos. Inseguros num equilíbrio precário, resiste ao abalo das ondas. Passos inseguros, nunca incertos. O peso, valor quase sagrado e imenso das pequenas coisas que não dão nada nem ninguém por garantido.

Pequenos passos, inseguros nunca incertos. As pequenas coisas num equilíbrio precário que resiste. Força motriz que insiste. O abalo das ondas que nada garante. Nem ninguém.

Se é para ir, vou.
Agora para que o depois não seja já tarde demais…

————–

Os passos são pequenos. São inseguros mas não incertos. Vou. Vou sempre. Se é para ir.

…mas há um antes e há um depois. E esse depois é agora.

E é esse agora que dói. Dói tanto. Dói ainda mais saber que não é possível voltar ao antes quando eu nem aceito o depois. Esse depois que é agora! Que me agita! Que me revolta! Que me dói! Tanto! Que me grita que preciso, muito!, de chorar! Com urgência!

…não consigo chorar! Continuo a não conseguir chorar! E continuo a engolir em silêncio esse depois que é agora, que me dói, muito, tanto!, que me consome em silêncio e a seco porque as lágrimas teimam em não cair e eu preciso TANTO que elas caiam! Agora! Que é esse tal depois que veio sem licença tomar o lugar do antes!

…do que EU era antes…que não era assim…que conseguia chorar quando a dor era maior do que eu…

O que era EU antes…tenho saudades desse EU de antes…que não volta mais…e esse não poder voltar dói. Muito! Tanto…!

…e eu de agora, desse depois do que era antes, preciso MUITO de descongestionar o que não me deixa chorar! Porque eu não consigo chorar…!

…e preciso tanto de o fazer…

(…e sussurro, baixinho, um urgente pedido de ajuda que ninguém parece ouvir…………)