[Perigosamente a fugir daquele a que baptizei de “O meu momento de reflexão”. Que me faz parar para pensar e reflectir sobre o dia que agora termina. Mas essa reflexão, embora necessária, nem sempre é pacífica… Provavelmente, se não fugisse do tanto que sinto e que preciso processar para digerir, conseguiria aquilo que preciso tanto e não consigo: chorar…. E esta fuga a este momento terapêutico de reflexão é, muito provavelmente, também ela um qualquer bloqueio emocional mecanismo de auto-protecção…]
Mais uma voltinha, mais uma viagem, mais uma manhã no Hospital. E, para esta manhã, sessão dupla na primeira fila.
Logo no início da consulta, a médica perguntou se era alérgica a alguma coisa e se me dava bem com o Betadine. Sem alergias e sem problemas com o Betadine. Podemos avançar.
Na primeira sessão, injecção de gel de reforço de cartilagem, ou aquilo que eu andava há meses a pedir: WD40 para desenferrujar o joelho.
A agulha entrou, o gel espalhou e doeu para xuxu porque o meu cérebro decidiu que era um bom momento para uma reacção neurológica: espasmos cada vez que o gel entrava.
Para a segunda sessão estavam previstas 3 injeções:
- corticóides
- anestésico
- soro fisiológico para ajudar a espalhar os outros dois
Corticóides: feito. O resto? É melhor parar por aqui! Foi detectada uma reacção alérgica!
Acabou por ser “só” uma reacção alérgica da pele da perna onde foi aplicado o spray desinfectante. Isto para quem não faz alergia a nada…toda a zona da perna onde foi aplicado o desinfectante parecia ser sócia do Benfica desde pequenina, dada a intensidade do vermelho!
Acabei por só receber os corticóides, que no fundo era o que precisava para tratar a inflamação. Agora que a pele regressou ao seu normal tom de quem agradece um bocadinho de Sol para perder a brancura, é dar repouso ao joelho por hoje e acreditar que a infiltração vai resolver o problema do joelho.
Mas, acompanhar o procedimento no ecrã do ecógrafo deitadinha na primeira fila, é muito mais interessante do que, como há 25 anos, ver o tamanho imenso da agulha que rodopiava debaixo da pele para espalhar os corticóides naquela rotura de ligamentos do tornozelo do pé esquerdo.
[…e volto a fazer o dia esticar pela noite dentro… Ir para a cama é um momento de extrema vulnerabilidade que faço por evitar. Mesmo quando preciso muito, tanto!, de dormir, descansar e recuperar… Conheço-me tão bem…bem demais…e os sinais? Reconheço-os todos. À distância…]
