Daily Archives: 24/07/2025

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Quinta feira, aquele dia em que pensei “não tenho nada marcado para a tarde! O que quer dizer que vou poder simplesmente descansar!” Até que mudei de ideias e pensei “tenho trabalho de casa para apresentar por escrito na consulta de amanhã, por isso vou até à esplanada das mesas infinitas passar para o papel aquilo que anda às voltas na minha cabeça há mais de um mês…”. Mas, entretanto, surgiu uma encomenda que o carteiro não entregou. Estragou-me os planos da ida à esplanada para estar sem horário e fez-me ir até à vila ao balcão dos CTT.
Consegui vir até à esplanada das mesas infinitas depois de simplesmente poder existir como sou e como estou na ida aos CTT. Trouxe, como trago sempre, o meu caderno onde queria escrever tudo o que tenho para escrever. Estou aqui há 2 horas. O caderno e a caneta? Continuam onde estão sempre: arrumados dentro da mochila…e o que quero passar para a papel continua a acumular na minha cabeça…

Queria estar aqui a escrever, mas sozinha na minha bolha. Sem constrangimentos. E poder simplesmente existir. Tal como sou. Tal como estou…

Cansada, claro. Afinal, não descansei como tinha programado fazer. E amanhã é, novamente, dia de acordar cedo para me esgotar fisicamente logo de manhã na fisioterapia e, o que também vai ser duro, para me esgotar emocionalmente à tarde na consulta no Hospital.

A esplanada das mesas infinitas está prestes a fechar. E eu estou prestes a pôr-me a caminho de regresso a casa. E, ainda não sei bem como ou quando, mas hoje tenho que passar para o papel o que tenho vindo a adiar numa espécie de bloqueio emocional que é um mecanismo de auto-protecção…

Vir à esplanada das mesas infinitas valeu a pena pelo sossego que é durante a semana. Mas o trabalho de casa continua por fazer…

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[…e, às 2h da manhã, o trabalho de casa continua por fazer e o descanso continua por acontecer…]