{ou post para memória futura. Já escrito no outro lado, onde com o tempo se irá perder. Aqui, sei que o poderei voltar a ler quando precisar.}
Breve resumo da tarde de 6ª feira:
há sítios, instituições, onde nos custa muito entrar. Dar o primeiro passo para lá chegar pode ser doloroso. Por causa do estigma, porque sempre achámos “estas instituições servem só para os outros”. Mas depois há aquele dia em que os outros somos nós. E respiramos fundo, ou tentamos respirar sequer, e temos que dar esse passo. E damos.
E é lá que nos acolhem e dizem que estão lá para nós que passámos a ser os tais outros. E que estão lá para nos ouvir. E ajudar. Sem pressas. Com imenso respeito pelo que nos é doloroso.
E ouvem-nos. E perguntam-nos. E ouvem-nos novamente. E fazem-nos ter a certeza que sim, que temos direito a falar, a rir e até a chorar. E se choramos deixam-nos chorar. E se rimos, deixam-nos rir. E se ficamos em silêncio por nos faltarem as palavras, dão-nos tempo, dão-nos espaço, dão-nos ar.
E em 5 minutos passaram-se, sem pressa, 2 horas e meia e 7 meses e 11 dias.
Sim, é ali que vou melhorar. Sim, é ali que vou ter a ajuda que preciso. Sim, o ali é a APAV. E não, não acontece só aos outros, porque os outros, um dia, somos nós.
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