É isto. É despir a alma. É encontrar quem ma dispa, apesar de despir a alma ser algo assustador ao início. Despir seja o que for em frente a outros pode ser constrangedor, mas tantas e tantas vezes o conseguimos fazer sem pudores, sem receios, sem medos. Basta que quem nos dispa o saiba fazer sem darmos por isso. E isso, despir a alma assim a alguém, pode ser perfeito deixando de ser assustador.
A ideia assusta, a prática nem damos por ela. Só nos apercebemos quando, do outro lado, quem nos despiu a alma nos estende as mãos e nos mostra todos os pedaços que nos foi despindo. Mostra-nos sem pedir nada em troca, sem críticas, sem outra reacção que não a de quem encontrou algo precioso e que pretende guardar, acarinhar, mimar, tratar, curar.
Despir a alma a alguém não é para todos. Nem ter a alma despida por outro. Despir a alma a alguém exige cuidado, atenção. Ter a alma despida por alguém exige confiança, segurança. Ou pura e simplesmente um reconhecimento, um encontro, um click certo.
Não é preciso vinho para ter a alma despida por alguém, ou para alguém nos despir a alma. Nem café. Podem estar presentes, não são obrigatórios.
Basta que haja disponibilidade de um lado para despir a alma, do outro para ter a alma despida.
E é isto…despir a alma pode ser assustador. Mas pode também ser tão perfeito.