Um dia atrás do outro atrás do um. Sempre. O tempo que precisar porque ainda preciso de tempo.
Não fecho portas, mesmo quando faço por fechar capítulos. Deixo-as entreabertas, livres de se abrirem, com passagem disponível de um lado para o outro, do outro lado para o um.
Mas de que servem portas entreabertas se do outro lado nada mais existe do que uma parede? Ou, pior, um muro?
Esta porta, entreaberta, neste muro: um projecto de arquitectura sem viabilidade. A opção seria deitar o muro abaixo. Ou, mais simples, apenas encontrar o ponto de encaixe certo para a porta entreaberta. Até lá, se esse lá alguma vez chegar, será apenas isso mesmo: um projecto de arquitectura sem viabilidade. Um erro numa planta, num qualquer rascunho em papel ou numa camada de Autocad.
A porta mantém-se entreaberta. Vai-se mantendo entreaberta. Talvez um dia o muro venha abaixo. Ou seja encontrado o ponto certo de encaixe. Talvez. Talvez um dia.
Talvez tarde demais.