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Da importância de nada mudar: uma vez disse “espero que as coisas não mudem, não têm que mudar”. Passado uns anos, tudo tinha mudado. Ao relembrar o que tinha sido pedido e que não tinha sido cumprido, responderam-me: “mas nada mudou, o Sol continua a nascer e a pôr-se todos os dias”. E naquele momento caiu-me tudo, começando pelo queixo. Porque percebi que essa resposta, apesar de sincera, era tudo menos honesta. Era tudo menos correcta. E, naquele momento específico, era tudo menos humano.

Talvez por isso, passados todos estes anos, ao dizer novamente e por motivos diferentes “espero que as coisas não mudem, não têm que mudar”, disse-o a medo. E do outro lado ouvi uma resposta que me serenou. E, realmente, desta vez as coisas não mudaram. Porque de facto não têm que mudar.

Mantém-se tudo igual. E isso é, para mim, o mais importante. Independentemente do Sol nascer e pôr-se todos os dias, é-me mais importante manter a normalidade das relações depois de um momento de partilha e exposição como o que aconteceu há 8 meses e meio.

Também assim se percebe quem são as pessoas que valem a pena e as que não valem nada.

E assim acolho e abraço a constância que me recorda alguma estabilidade que tanto preciso. É bom poder contar com alguma estabilidade. E é bom ter por perto pessoas que valem a pena.

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