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Custa-me ter dias sempre iguais.

Custa-me, também, guardar cá dentro o que carrego comigo e que, já tendo partilhado, não posso partilhar mais. Queria muito. Mas “é o que é”. E eu só tenho que aceitar isso e seguir em frente. Mas custa. Muito. Porque é algo bonito. E puro.

Um dia passa. Quem sabe quando os meus dias deixarem de ser sempre iguais. Sei que um dia passa. Sempre passou. Deixa uma espécie de vazio. Mas acaba por passar.

Penso muitas vezes como seria se não fosse como é. Dou por mim a sonhar acordada com o que não é possível. E sonho tantas vezes à noite também. E não pode ser. Nada disto pode ser. Porque não me faz bem.

Custa. Muito. Mas faço-me de forte. E volto a fazer de conta. Que não me afecta. Que não me toca. Que não dói.

Mas dói.

Um dia passa. Até lá vou encarando tudo como mais um obstáculo a ultrapassar. E se já ultrapassei tantos e alguns tão mais difíceis, também este será ultrapassado.

Um dia.

Mas não hoje.

Não ainda…

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