O café do costume na esplanada do costume. Mas não na mesa do costume. Aquela mesa ali ao canto. Afastada de tudo e de todos. Protegida e abrigada ali ao canto. Confortavelmente ao canto. Longe de tudo e de todos. Mas a mesa já lá não está. Foi arrumada. Esquecida como se nunca tivesse existido.
…e, de repente, percebo que o mesmo acontece connosco, as pessoas. Especialmente as pessoas que, como eu, se abrigam e protegem confortavelmente a um canto, afastadas de tudo e de todos. A certa altura, especialmente quando é detectado um qualquer defeito que as retira da perfeição, são arrumadas e acabam, simplesmente, por ser esquecidas.
…como se nunca tivessem existido.
E nunca como hoje eu me reconheci numa mesa de esplanada em que foi detectado um defeito que me retirou da perfeição: arrumada, esquecida, como se nunca tivesse existido…
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