Há dias em que me sinto assim como as árvores no fim do Inverno, início da Primavera, sem uma única folha depois de uma violenta tempestade: despida e aparentemente sem rumo.
Mas depois lembro-me que, apesar da tempestade e do vento demasiado forte que roubou toda e qualquer folhagem existente, é no início da Primavera que as árvores recomeçam a compôr a folhagem, voltam a criar condições para receber rebentos que com o tempo irão crescer e dar lugar a novas folhas que acabarão por cobrir todos os ramos, recebendo ninhos de pássaros que por ali escolhem ficar e tantas outras formas de vida. Novamente, com o devido tempo, todas as árvores voltarão a estar completas e com um rumo bem definido: com raízes fortes bem enterradas no solo, continuarão a crescer.
Eu sei, eu sempre disse que, quando crescer, quero ser uma árvore. E é com as árvores que aprendo tanto sobre mim mesma: a minha força, a minha resistência, a minha resiliência, a minha capacidade de renovação depois da mais violenta tempestade que me verga mas não me quebra nem derruba.
Sim, tenho momentos em que me sinto como as árvores no fim do Inverno, início da Primavera, sem uma única folha depois de uma violenta tempestade. Mas depois páro, respiro, olho à minha volta e percebo que também eu estou no início da Primavera e os rebentos já se espalham por vários dos meus ramos. E é tão bom perceber que estou no caminho certo simplesmente por ser quem e como sou: uma árvore em crescimento.
…e os últimos dias têm-me mostrado e ensinado tanto sobre mim mesma…
