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Recolhida na minha bolha. Envergo novamente a minha armadura. Oiço o silêncio de quem tem pressa, de quem perdeu o encanto da novidade…

Sinto a ausência. Permito-me sentir. Tudo. Questiono-me. Sobre tudo. Oiço as respostas que eu própria dou às minhas perguntas. Se as respostas estão correctas? Dou por mim, horas depois do fim do silêncio, a acreditar que as respostas que eu própria dei às minhas questões não são as respostas certas, correctas. Porque existe mais realidade para lá das minhas inseguranças. Dos meus medos.

Os meus medos, esses sim!, são reais. O medo da perda. O medo do abandono. O medo da rejeição, da não aceitação do meu novo normal. O medo… Acima de tudo, o medo. E o refrão de uma música que se repete há anos na minha cabeça: “a vida é sempre a perder!“… E é.

Na minha bolha continuo a fazer de conta. E depois de colocar a minha armadura faço de conta. Que não tenho medo. Que já me habituei a perder e que cada nova perda já não vai doer. Sou perita a fazer de conta. De tal forma que roço a perfeição quando digo que não me dói aquilo que, na realidade, me corrói por dentro.

São muitas coisas a acontecer ao mesmo tempo. E nem todas são boas. Ou quase nenhuma é boa. E é também por isso que recolho à minha bolha onde poucos conseguem aceder. Onde poucos sabem como aceder. Onde poucos, raros!, querem aceder…

Na minha bolha faço de conta. Que está tudo bem. Que não se passa nada. Que sou confiante o suficiente para não ter medo. Da perda. Do abandono. Da rejeição. Da não aceitação.

Na minha bolha. Cor de rosa. Como se fosse uma bola de sabão.

Amanhã, se for preciso, continuarei a fazer de conta. E já sei que vai ser preciso.

Depois? Logo se vê…

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