O Verão ainda não chegou oficialmente. Mas o calor…
Nunca gostei de muito calor. Há muitos anos que digo que temperaturas acima dos 27 graus deveriam ser inconstitucionais de tão violentas que são. E agora, desde que fui apanhada na curva por uma coisa que não procurei mas que me encontrou e veio para ficar, percebo que muito calor, assim como muito frio!, é dos meus piores inimigos.
Às 12h30m estavam 30 graus em Almada e eu no autocarro para ir ao Centro de Saúde. Baixa mais uma vez renovada por mais 60 dias. Seja… Mas com o calor que estava eu não devia sequer ter saído de casa.
A esta hora, quando a noite começa a roçar a madrugada, dou por mim a pensar no que escrevi ontem durante o dia e também à noite… O meu medo teima em querer tomar conta de mim, mas eu não o posso permitir. Afinal, tudo está bem. Pelo menos no que ontem abanou a minha insegurança e despertou o meu medo. Nada mudou. O silêncio foi quebrado. A normalidade traduzida em presença aparenta ter regressado. E claro que, a esta hora tão tardia, cansada, moída e com sono, todas as dúvidas parecem querer instalar-se… Sinto-as aproximar devagar. Tentam soprar-me ao ouvido todos os aspectos que me fazem tremer nas bases. E eu, na minha bolha, no meu Mundo do Faz-de-Conta, faço de conta que não as oiço…
…é tarde. Tão tarde. Teimo em não pôr em prática o que sei ser o melhor para mim: ir dormir cedo. Tão simples quanto isso. Ir dormir CEDO! Especialmente depois do dia de hoje, que não tendo sido demasiado activo foi particularmente violento por causa do calor. Esgotou-me. Mas, claro, fiz de conta que não estou cansada e que não se passa nada…
Não sei até quando fazer de conta é a melhor opção. Sei, sim, que olhar a realidade nos olhos é algo que tenho tentado evitar. Porque dói. Muito…e eu estou cansada. Cansada de sentir dores. Físicas ou não. Estou cansada…
Mas chega! Não posso ficar aqui ad eternum a debitar sabe-se lá o quê para o éter. É verdade que seria um exercício interessante. Acima de tudo seria um excelente exercício de libertação. E provavelmente de crescimento. Até de cura, talvez. Mas não posso. Não agora. Não a esta hora. Não tão cansada e não, nunca!, com tantas coisas disconexas a passar, ao mesmo tempo!, pela minha cabeça!
Não! Hoje não…! Amanhã? Logo se vê…
