Estas duas hoje acordaram muito preguiçosas. Especialmente a esquerda, a que comprovadamente já perdeu alguma sensibilidade e, para ajudar, perdeu já também um pouco a capacidade de transmissão de informação entre o cérebro e, oh espanto!, a perna! Ainda passa corrente eléctrica? Passa. Mas já não em boas condições. Enfim…
Hoje, que foi dia de sair de casa cedo para mais uma voltinha no carrossel das consultas no Hospital, estas duas meninas acordaram estupidamente preguiçosas. Eu sei, se eu me deitar tarde como me deitei ontem para hoje acordar cedo, elas ressentem-se e acabam por não corresponder ao que lhes é exigido: ir do ponto A ao ponto B com suavidade. E claro que dou por mim a discutir com elas…(sim, eu discuto com as minhas pernas! Nunca vos disse que sou normal, pois não?)
Mas o que me fez e soube tão bem foi a conversa desta tarde com ele. E confirmar que, mesmo à distância de um clique, é possível nascer algo tão bonito e que há 2 anos continua a crescer, a fortalecer-se todos os dias mais um bocadinho. Num espaço onde a aceitação mútua é rainha. Num Mundo só nosso onde, por momentos, aquilo que me apanhou na curva deixa de existir para existirmos só nós. Tal como somos.
2 anos já é muito tempo? É. Mas ao mesmo tempo ainda não é. Porque, depois de 2 anos, a vontade mútua é ficar. Um com o outro. Um no outro.
Conversar é preciso. Sobre tudo. Ou, até, sobre nada. É crescer em conjunto. É fortalecer o que já é tão forte. É continuar a construir a dois o que se quer continuar a viver a dois. É reforçar o NOSSO Mundo. Tão distante e tão distinto do mundo lá fora… É um Mundo à nossa maneira, que só nós entendemos e que não tem que fazer sentido a mais ninguém.
Enfim…foi chegar ao fim do dia com um sorriso no rosto apesar da preguiça das pernas de manhã. E foi recordar as palavras dele quando ainda só existia uma suspeita: o caminho é feito a dois, de mão dada. E, quando o caminho se tornar mais difícil, ele leva-me ao colo.
…e já tem levado mais vezes do que até ele imagina…
