Dos prognósticos muito reservados ao copo meio cheio

A culpa é da Lua. Sempre. Porque gosto de a ver, sozinha ou acompanhada. Eu, porque ela, a Lua, tem sempre a companhia das estrelas.

Gosto de olhar para ela, lá em cima, tão longe, mas cuja luz nos chega como se estivesse já aqui à mão. Eu sei, a Lua não tem luz própria, apenas reflete a luz do Sol. Mas ilude-nos acreditando que ela, a Lua, brilha.

Queria ver a Lua hoje. Que está em Quarto Minguante com uns meros 20% a deixarem-se ver. Mas, ao fim da tarde, os prognósticos eram muito reservados. Até que tudo mudou e o céu abriu para que esses tais 20% se possam mostrar em todo o seu esplendor.

20% não é quase nada, é certo. Mas 20% de luz brilham mais que 80% de escuridão. E isso é o meu copo meio cheio. Que, aprendi, não vale a pena estar meio vazio.

E tudo isto, da Lua e do brilho e da escuridão, pode ser como o vinho e o café. Metáfora ou não.

Tal como as pessoas. As que estão, as que não estão, as que vão estando, as que vão voltando. Todas, seja qual for a percentagem de brilho que trazem, mantêm sempre o meu copo meio cheio. E fazem-me reflectir a sua luz.

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