Mais um dia de tempo instável e com trovoada. Mais um dia de muito mau humor.
Diz quem sabe mais e melhor que eu que, também isto, faz parte. O calor é o maior inimigo desta coisa que me apanhou na curva, agrava os sintomas, faz regredir os processos de recuperação. Essa parte já tinha aprendido. Agora, ao que parece, dias de trovoada influenciam negativamente o humor. E nos últimos dias tenho sentido isso. Por isso é bom que o tempo estabilize rapidamente porque eu já não tenho paciência para me aturar a mim mesma…
Também me dizem, directamente e sem rodeios: “Não tenho frases inspiradoras, Catarina. É uma merda. É. Há dias em que até parece que não é e depois noutros é uma merda desde que acordamos até que deitamos. Nesses dias dormir, se possível, é uma boa opção.” Deve ser por isso que tenho optado por dormir sempre que me é possível. Claro que depois fico a sentir-me completamente inútil, que também não ajuda em nada. Mas, na verdade, acho que o sono no sofá é, neste momento, o meu melhor amigo.
E, por falar em amigos: as redes de apoio deveriam ser constituídas por amigos. Aqueles que nos conhecem. Nos aceitam. Nos querem ver bem. E que, nestas alturas mais difíceis e complicadas, se deveriam fazer presentes. Não está a acontecer…a última vez que vi quem diz que me quer bem foi no 29 de Março…não querendo fazer contas, mas já fazendo, já se passaram mais de dois meses. E os telefones, o Messenger, o Instagram e o Whatsapp funcionam nos dois sentidos. Mas, quando percebo que as mensagens simples que envio ficam sem sequer serem abertas para ler, desisto. Eu não sou de desistir, muito menos quando gosto realmente das pessoas a quem ainda tento enviar simples mensagens. Mas, quando percebo que o meu esforço é inglório, desisto.
Continuo a dizer: os telefones, o Messenger, o Instagram e o Whatsapp funcionam nos dois sentidos.
E depois não me digam que não estou sozinha. Porque, está visto, estou cada vez mais sozinha. E tudo o que preciso neste momento é de uma rede de apoio. De preferência de quem me conhece. Como essa rede não existe nem, pelos vistos, virá a existir, vou ter que procurá-la e criá-la noutro lado…e não era isso que eu queria. Achava que tinha tudo o que precisava por perto. Já percebi que não. Portanto, siga! Vou construir uma rede de apoio noutro sítio. É mais fácil e mais confiável.
O resto? O resto é só isso mesmo: o resto. Afinal, os Pinguins de Madagáscar têm razão: sorrir e acenar. Eu vou continuar no mesmo sítio, fácil de encontrar e alcançar. Só não o faz quem, de facto, não o quiser fazer.
