Daily Archives: 12/06/2024

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Dia muito comprido e com várias marcações na agenda. Fisioterapia às 10h da manhã obriga-me a sair de casa às 8h30. Não me custa. Há muito tempo que os meus dias não começavam tão cedo…

Não estou 100% satisfeita com a fisioterapia. O meu objectivo é recuperar o meu equilíbrio e, nesta clínica, não estou a ver trabalho nesse sentido. Apenas massagem (que me sabe pela vida!), manipulação de membros e fortalecimento muscular. Muito diferente daquilo a que me habituaram no Hospital… Mas dia 1 de Julho tenho consulta com o Fisiatra responsável que prescreveu os tratamentos e logo se vê… Mas, amanhã, vou falar com a fisioterapeuta. Que já não é a mesma depois de ter ficado doente na semana passada e os tratamentos tiveram que ser suspensos e o horário alterado (para melhor).

A verdade é que não estou melhor. Já estive! Depois das 30 sessões de fisioterapia no Hospital sim!, estava muito melhor. Deslocava-me sozinha, com o apoio da bengala, claro. Mas, depois daqueles dias que estiveram aí com muito calor, regredi. Muito!

E hoje o professor de Yoga, que acompanha a minha história desde o primeiro dia, perguntou-me como estou. E disse-lhe o mesmo que me disseram ontem e com razão: estou revoltada. Perguntou-me revoltada porquê. Falei-lhe no retrocesso. Disse-me, também com razão, que não posso estar assim porque a culpa não é minha. De facto não é, mas toda esta situação me revolta. Me deixa frustrada. E não!, a culpa não é minha, mas sou eu que sinto os efeitos desta coisa que me apanhou na curva…

Tento não ver o pior cenário. Mas vejo as hipóteses daquilo que, de facto, pode vir a acontecer. Já estive mais longe de caminhar com duas bengalas. Já pus essa hipótese a mim mesma. Comentar isto com a minha mãe foi asneira. Porque, para ela, eu sou pessimista e só vejo o pior cenário. E que não posso pensar assim. Mas, no meu entender, eu apenas olho para todas as possibilidades para me preparar para todas. Assim não sou totalmente apanhada de surpresa…

Sou assim em tudo, sempre fui. E ainda não encontrei ninguém que entenda e/ou aceite esta minha forma de ver as coisas… Porque eu não posso pensar apenas que vai correr tudo bem, que a progressão desta coisa não vai ser assim tão má (quando já está a ser…), que quando tiver acesso à medicação tudo vai melhorar…não posso pensar assim! Porque sei que não é isso que vai acontecer…

Chamem-me pessimista se quiserem. Já desisti de contrariar quem não aceita e/ou entende a minha forma de pensar…

A tarde ainda teve direito a uma reunião de trabalho via Webex para esclarecimentos sobre as alterações que vão ocorrer no dia 1 de Julho. E é muito fácil de resumir: muito yadda yadda yadda, muito Blah Blah Blah Whiskas Saquetas. Dizem que as alterações serão para melhor. Cada vez sou mais parecida com São Tomé: ver para crer. E terminam a repetir até à exaustão “confiem! Confiem! Confiem!”. Logo se verá como será… Não faço ideia de quando regresso ao trabalho, por isso neste momento é-me igual.

Uma hora de reunião remota. A ouvir o discurso do cenário extraordinário. Para, logo depois, sair para o Yoga. 30 minutos de caminhada para lá. Fazer a aula que cada vez me faz mais sentido e me apetece integrar no meu dia a dia, especialmente ainda estando em casa. Tenho trabalho de casa orientado pelo professor. Posso seguir milhentos vídeos no YouTube com exercícios. Só me falta começar…

Depois da aula, o Nidra. Relaxamento profundo. E que sabe sempre tão bem…

Voltar para casa foi feito como foi feito para lá: para além da bengala, o braço dado com a minha mãe. A distância? Exactamente a mesma: 1km. O tempo de regresso? 40 minutos… E é isto que me revolta e me deixa frustrada porque ainda não foi há tanto tempo assim que demorava 17 minutos a fazer exactamente o mesmo caminho…

Foi longo o dia. Muita coisa a acontecer. Muita coisa na minha cabeça. E eu tão cansada e farta disto tudo…

Amanhã? Logo se vê. Mas espero que seja melhor.