Dia interminável e extenuante. Começou muito cedo, envolveu várias deslocações e terminou muito tarde, com muitas dores nas pernas e a adormecer com o telemóvel na mão enquanto tentava começar a escrever este texto como há algum tempo não acontecia…
Há algum tempo que digo a mim mesma que tenho que voltar aos horários normais de ir para a cama. Meia noite (ou mais tarde…) como tem acontecido não pode continuar. Vai sempre resultar em noites pouco e mal dormidas. E se, em condições ditas normais, já não me fazia bem, agora não pode mesmo continuar. Já basta a noite ser interrompida às 4h da manhã todas as noites outra vez, como hoje…como agora.
O dia foi pesado, não pela intensidade do que possa ter acontecido, mas pelo tempo que passei em deslocações e muitas das quais a pé, a caminhar numas pernas já de si cansadas e doridas depois de mais uma manhã de fisioterapia. Uma breve passagem pelo hospital para análises, uma passagem pelo sexto piso para tentar saber novidades e a resposta de sempre: envie email a questionar. Ao final da noite o email foi enviado. E sei que a funcionária, com quem falo desde o primeiro dia e que é uma querida, simpática, afável e empática, vai não só reenviar o email para o médico como também imprimi-lo e entregar em mãos. Não seria a primeira vez a fazê-lo, por isso não tenho que duvidar da eficiência da senhora em questão.
Depois disso, uma passagem pelo centro de saúde mais próximo de casa para uma pergunta com base em informações oficiais para ser mal atendida por gente arrogante e mal disposta. Aqui não me disseram para enviar email, mas um email será enviado. Não, ao contrário do que esta gente me disse, não vou à Amora…
Voltar para casa foi a custo. Devagar, com muitas dores e muito cansada. Mas hoje a caixa de correio deprimida não só bateu palminhas como também deu pulinhos de contente. Sabia, porque já mo tinham dito, que viria algo a caminho. Seria (e foi) um miminho de aniversário. Praticamente três meses depois, mas que importa o tempo quando o que conta mesmo é a intenção? E que delícia de mimos que me chegaram. Mini esculturas feitas por alguém cujas ilustrações lindas já conheço há muitos anos mas que ainda não tinha visto ao vivo. E, nessas mini esculturas recebidas, chega-me muito mais do que apenas um gato e uma corujinha. Chega-me amor pelo trabalho, dedicação pelo detalhe. E tudo isto em quantidades inversamente proporcionais ao tamanho das peças que são mini-mini. O gato talvez com 5 cm de altura, a corujinha com pouco mais de 3 cm. Para ser um mimo perfeito, só falta um polvinho para acompanhar a corujinha. E essa combinação, esse par improvável, só a mim tem que fazer sentido. E faz. Muito.
O dia foi muito longo, pesado e estranho. Começou logo com o motorista do autocarro que, mais uma vez, arrancou antes de eu estar sentada em segurança e que originou um caminho turbulento e, até, perigoso para mim até estar finalmente sentada… Claro que, também ao final da noite, outro email foi enviado, desta vez com uma reclamação sobre o motorista para a empresa responsável pelos autocarros. Porque estas situações não podem acontecer.
São agora 5h da manhã. Lá fora, os primeiros pássaros já se fazem ouvir e o Sol ainda tarda a nascer. Por aqui está mais do que na hora de voltar para a cama e descansar. Tenho fome. Mas, quando o despertador tocar daqui a duas horas para tomar a medicação, tenho que estar em jejum…acho que hoje a medicação será tomada mais tarde.
Começo a perder o Norte à conversa, por já não ter nada para dizer e pelo sono que ronda. O dia foi cansativo. Mas, amanhã que é já depois de voltar a acordar, vou poder descansar sem horário para acordar. E, só por isso, vai ser um bom dia.
Se este texto não fizer sentido ou aparente não ter um fio condutor, é o resultado da hora a que foi escrito e a quantidade de sono envolvida. Por isso, não me vou alongar para não me perder ainda mais. Amanhã logo se vê, agora é hora de voltar para a cama. E relembrar a minha corujinha-inha que voltei a colocar na caixa onde foi enviada para não a perder nem se estragar. Mas ainda acredito que é possível também a escultura de um polvinho. Quem sabe se não lanço esse desafio?
