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Não é fácil sentir-me segura o suficiente para deixar cair a armadura que me protege. Ou não era fácil. Não era até à chegada dele. Desde o primeiro dia que senti segurança suficiente para alargar, aos poucos, os laços e os nós que desde sempre me ajustaram as diversas partes da minha armadura. Tudo peças estrategicamente colocadas nos meus pontos mais sensíveis, muitos deles, tantos deles!, já anteriormente atacados, magoados, feridos, com cicatrizes ainda à espera de secar. Mas desde a resposta a um simples “Olá” numa qualquer rede social, resposta pronta dele, desde esse dia que, devagarinho, a minha armadura começou a ficar mais relaxada, mais larga, quase como se eu própria tivesse encolhido de tamanho quando na verdade, e muito, tanto!, por causa dele, cresci. E cresci muito, tanto! Ou então não cresci e apenas aprendi a sentir-me verdadeiramente segura com ele e deixei de me encolher. Enchi o peito de ar. Ergui a cabeça. Endireitei o peito e as costas. E permiti-me aliviar os laços e os nós que prendiam as peças da minha armadura…

Com ele aprendi que posso fazer tudo o que quiser, que sou capaz de fazer o que quiser e que dar um passo em frente é dar o passo certo.

Com ele permiti-me, ou fui-me permitindo, deixar cair a armadura. E descobri que é possível despertar uma conexão quase irreal mas que existe em nós, entre nós. Porque, sem rodeios, aceitamo-nos um ao outro tal como cada um de nós é. Partilhamos momentos intensos. Momentos inesquecíveis. Momentos indescritíveis que são só nossos, haja ou não intervenção de terceiros.

São momentos de vibração a um nível que não sei explicar. Ele também não sabe. Mas ambos sentimos. Ambos vibramos. Ambos vivemos esses momentos que são só nossos. Sem medos. Sem tabus. E acima de tudo sem armaduras. Na total vulnerabilidade que só uma extrema confiança permite.

E é essa extrema confiança que vamos crescendo um com o outro. Vamos experenciando momentos irrepetiveis. Vamos vivendo momentos únicos. De pura conexão. De entrega total. De partilha do segredo mais bem guardado: o Eu que pouca gente conhece. Que praticamente ninguém vê. Mas que, no nosso caso, imediatamente reconhecemos um no outro. Porque não vem de agora o que existe entre nós. Já vem de há muito tempo, muito lá para trás, de outro qualquer tempo na História. O primeiro encontro aconteceu há tanto tempo que não foi no nosso tempo. E foi muito lá para trás que nos fundimos de tal forma que o tempo foi passando e nós fomo-nos encontrando e reconhecendo e fundindo num só.

O tempo pode dar as voltas que der. Mas eu e ele acabaremos sempre por nos reencontrar. Pela vibração. Pela conexão. Pelas partilhas. Por nos reconhecermos sem dúvidas, sem medos, sem tabus. E sempre sem armaduras. Porque não precisamos de nos proteger um do outro. Porque somos um só. Eu e ele. Ele e eu. Quando dois são apenas um, completo. Inteiro.

O nosso momento de hoje…pura conexão. Extremo entendimento. Aceitação do outro tal como é. Sem medos. Sem tabus. Simplesmente ser. Eu. Ele. E confirmar que o caminho mais longo é o que nos pertence. E, por ser o mais longo, pode até ser o mais difícil. Mas seguimos o caminho de mão dada. Como desde o primeiro dia.

Não há volta a dar. Eu sou dele. Ele é meu. Somos os dois um só…

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