Tirar tempo para mim também é permitir-me mudar um bocadinho. E o caminho mais fácil para iniciar a mudança é por fora.
A mudança por dentro é mais complexa, mais difícil, dá muito mais trabalho. Mas é necessária. E vale a pena. E a melhor forma para começar essa mudança interior é começar a cortar o que não interessa, o que já foi mas já não é, as coisas que não me acrescentam nada. E, tantas vezes, isso implica cortar pessoas da minha equação. Por muito que custe. Mas, se já não há mais nada a dizer, se já houve uma mudança de comportamento, se a disponibilidade é, na verdade, uma grande indisponibilidade, então está na hora de agradecer, soltar e deixar ir.
Mudo por fora um bocadinho hoje. Mudo por dentro um bocadinho todos os dias.
Quem quiser saber, pergunta. Quem me quiser encontrar, sabe como fazê-lo. Quem não quiser nada disso, está bem. É da forma que sigo o meu caminho por mim. Apenas e só por mim.
Hoje há jantar de raparigas porque uma delas (que não eu!) fez anos ontem e decidiu que há vinho. Parece-me muito bem. Um copo de vinho em ambiente protegido é sempre muito bem vindo. Mas como assim, não há copos pequenos?
Antes do jantar, queimo tempo na esplanada do costume. Hoje na parte coberta porque a chuva molhou o meu lugar lá fora. Não costumo vir para a parte coberta porque tem sempre gente a mais. Mas hoje só cá estou eu.
É tempo, portanto, de reflectir sobre o dia, sobre os dias, e encontrar-me comigo mesma.
Se é altura de cortar com algumas coisas, também é altura de deixar entrar coisas novas. Permito-me, portanto, ir à descoberta. E a fase da descoberta, seja do que for, é sempre a melhor. Seja o que for que a descoberta me traga, é sempre melhor do que ficar quieta e calada, sossegada no meu canto.