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Sábado pode ser o dia mais aborrecido da semana. Mas, de há uns meses para cá, tem sido também sinónimo de descoberta. Ou redescoberta, porque na verdade é reencontrar um caminho que já se tinha cruzado comigo e que, já não sei muito bem porquê, acabei por colocar de parte. Ou até sei: não estava em condições para trilhar este caminho que é exigente e pede serenidade.

É muito curioso quando pessoas que não se conhecem me dizem exactamente o mesmo. Na semana passada era sobre a zona de conforto. Esta semana é sobre o caminho a seguir. E, quando o que me apontam vem de alguém que vê para além do que é palpável, é só mais uma confirmação do que eu sempre soube.

Dizem-me que existem dois caminhos possíveis: o caminho da dor e o caminho do amor. Ainda não estou no caminho certo, eu sei, que escolho todos os dias, o caminho do amor. Há ainda muito trabalho para fazer. E sou eu que tenho que o fazer. Trabalhar o perdão e o desapego. Soltar e deixar ir. Este é o trabalho mais simples, não necessariamente fácil. Já o perdão vai exigir bastante de mim. Mas cada vez entendo melhor a necessidade de aprender a perdoar mesmo aqueles que aparentemente não têm perdão. Não é por eles que tenho que o fazer. É por mim. E se quero mesmo pensar em mim em primeiro lugar, se quero trilhar o caminho do amor, tenho que aprender a perdoar. Por muito que doa. E sei que vai doer. Mas vai-me permitir crescer. Vai-me permitir trilhar o caminho que, para mim, é certo.

Tudo são opções. Posso, claro, optar por não perdoar. Mas, se o fizer, nada vai mudar. Eu não vou mudar. E o cenário vai ser sempre o mesmo: o caminho da dor. Não é isso que eu quero. Mas, claro, estou a boicotar-me a mim mesma. Porque, lá está, permaneço na zona de conforto. Não posso.

Sei qual o caminho que quero seguir. Sei o trabalho que tenho que fazer. Sei o que trago em mim que, de certa forma, é perceptível a quem vê mais além. Tenho tudo. Só falta encher o peito de ar, ganhar coragem e dar o primeiro passo. O segundo passo ainda vai demorar, o terceiro ainda pode vir a medo, mas com o tempo vai-se tornar mais fácil. E, acredito, a mudança vai ser boa. E positiva.

Aceitar que tenho que perdoar. Que preciso de o fazer. E começar a trabalhar para o fazer. Sei que o trabalho será exclusivamente meu. Mas também sei que não estou sozinha e posso recorrer a quem me mostrou o caminho para me assegurar que vai correr tudo bem.

De resto, tudo igual. A ausência. E o silêncio. Não por falta de tentativas de contacto. Mas por falta de retorno e, muito provavelmente, de vontade do outro lado. Mas há uma data marcada que está cada vez mais próxima. E não me vou esquecer dela nem abrir mão do que ficou combinado e até acertado.

Mais uma vez: existem dois caminhos, o caminho da dor e o caminho do amor. E eu estou cansada do caminho da dor. Por isso, agora procuro o conhecimento que me vai ajudar a trilhar um caminho que, de certa forma, iniciei ou tentei iniciar quando não era o tempo certo. Mas hoje dizem-me que estou pronta. Por isso, sem pressa, é por ali que vou.

Eu em primeiro lugar, com retorno ou silêncio e ausência, mas eu em primeiro lugar. E trabalhar o perdão. E depois tudo se irá encaixar no que for o melhor para mim e para todos.

É, o sábado foi diferente. E, por mim, podem continuar a ser sábados de redescoberta. Que, no fundo, são de descoberta de mim mesma. E isso é bom.

Amanhã? Logo se vê. Mas será um dia bom. Porque eu quero que assim seja.

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