Do que não posso esquecer-me: tenho muito pelo que agradecer. Tenho muita gente a quem agradecer.
Não, o caminho não é fácil. Não está a ser. Nunca foi, mas especialmente agora, de novo, cada novo dia é um dia pesado. Por tudo. Pelas ausências, pelas perdas, pelos silêncios. Pela falta de força, apesar da vontade. Pela falta de coragem de olhar para o espelho e de olhos nos olhos verbalizar aquilo em que não acredito.
Mas tenho muito pelo que agradecer mesmo que tantas vezes me esqueça.
Mas tenho muita gente a quem agradecer mesmo que insista em esquecer-me.
As ausências, as perdas, os silêncios, pesam. Moem. Doem. Assustam. Mas tenho que agradecer até pelas ausências, pelas perdas, pelos silêncios. Ainda que me façam chorar.