Mais de três meses e seria de esperar não me sentir demasiado cansada depois de 4 dias de trabalho em casa. Mas não acontece… Já ontem, o terceiro dia depois das férias e a trabalhar em casa, senti o peso do cansaço extremo que não considero, de todo!, que seja normal… Hoje, tal como ontem, chego ao final do dia com uma enorme vontade de chorar. E, claro, sem conseguir fazê-lo.
Foram dois meses e meio em casa. Seguidos de 6 dias de trabalho. Para, logo de seguida, ter duas semanas de férias. Ou seja, mais-valia duas semanas em casa. Esta semana foi o regresso ao trabalho. Remoto, porque a isso as Jornadas Mundiais da Juventude a isso obrigaram. Logo, o despertador não toca às 6h da manhã para sair de casa às 6h40. E era isso que eu achava ser o factores decisivo para ter chegado ao Burnout. Desconfio agora que não foi. Não exclusivamente, pelo menos. É o trabalho em si… Que adoro, mas que me esgotado todos os dias mais um bocadinho.
É urgente encontrar uma alternativa. Uma solução. Ou rapidamente regresso ao estado de exaustão extrema a que cheguei nem há tanto tempo assim…
Esta noite, não me sinto apenas muito cansada… Sinto o corpo novamente a ceder. Mal disposta. Muito mal disposta. Muito lenta. Com muito sono. Já aqui estive antes. Não foi bom. Não gostei. Deu no que deu: Burnout.
Amanhã é dia de médica de família. E é importante não me esquecer de mim. Deste estado. Miserável ao fim de apenas 4 dias de trabalho. Em casa. E se, estando em casa, estou assim, tenho medo do regresso ao trabalho presencial. Ao ritmo descompensado de quem perder horas de vida em deslocações, mais 8 horas de um trabalho esgotante para, no final do dia, não ter tempo para o mais importante: eu.
Ainda não são 22h30 e estou pronta para dormir. Em situações normais, estando a trabalhar em casa, podia perfeitamente estar acordada até às 23h30. Afinal, o despertador só vai tocar às 8h. Mas a verdade é que não consigo. O meu corpo, que já dá sinais de estar a ceder, não aguenta. E, com ele, sou eu que não aguento…
Amanhã será melhor. Menos horas de trabalho porque vou interromper a manhã para a consulta. E é sexta feira. Eu vou poder descansar no fim de semana… Mas sim, amanhã será melhor. Porque tem que ser. Porque, não sendo, eu sei que não aguento muito mais…e não pode ser…