Daily Archives: 29/08/2023

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Dos dias em que recordo o que é a frustração: hoje. Receber um não nunca é fácil. Menos ainda quando, no momento, não se procurava nada e algo veio ao nosso encontro. E veio com um entusiasmo tal que contagiou quem não procurava nada. Nem sabia que queria procurar.

Se há coisa que fiquei a saber é que, sim, mereço um sítio melhor para trabalhar. Onde possa ser valorizada. Onde possa crescer. Onde não seja tratada como uma máquina de trabalho, que não sou.

Foi um “não” quando tinha tudo para ser um “sim”. Mas fez-me começar a mexer. Devagarinho, é verdade. Mas fez-me perceber que, afinal, não estou bem onde estou. Preciso de mais e melhor. E, além de precisar, mereço mais e melhor. Vou continuar a procurar. E sei que irei encontrar o que procuro. Porque mereço!

Ainda é hora de lamber as feridas. Se em Abril foi o momento de massagem ao ego, Agosto é o momento de aceitar e seguir o caminho depois de lamber as feridas.

Amanhã volto a erguer-me. Hoje recolho-me. Mas amanhã volto a ser eu no meu todo. E no fim de semana, com mais tempo, começo a fazer o que tenho adiado: procurar contactos de email e enviar o resumo dos últimos anos de trabalho em formato de curriculum vitae. Que, na realidade, pouco diz sobre o meu trabalho, sobre o meu percurso, sobre o que sei, sobre o que sou e como sou.

Se dói? As feridas doem sempre. E esta não é excepção. Mas sei que vai passar. Amanhã será melhor. E eu continuarei a ser mais e melhor do que o sítio onde estou.

{da frustração…}

Adeus, Campo Pequeno, até amanhã. Hoje não me apetece fotografar-te. Hoje magoaste-me, mesmo sem saberes e talvez até sem intenção. Mas agora é momento de lamber as feridas.

Sei que sou mais e melhor do que me fazem querer acreditar. Sei que sou capaz de muito mais do que atender o telefone com um cronómetro ligado ao sistema. Sei que tenho tanto mais para dar. E sei que posso ser tudo o que quiserem desde que me valorizem e me dêem uma oportunidade.

Hoje fechou-se aquela porta que se entreabriu há meses. Que eu quis sempre acreditar, mesmo ao fim deste tempo todo, que seria para eu atravessar. Não é.

Um stand-by que todos sabemos que quer dizer um redondo não. E, apesar de estar habituada à frustração, a de hoje é maior porque não fui eu que fui à procura, mas fui eu que fui procurada com grande entusiasmo. Se calhar até demais. E deixei-me levar por esse entusiasmo e esse ânimo por não duvidar, nem por um momento, que tinha tudo para correr bem.

Não correu.

É hora de lamber as feridas. Por hoje é assim. Mas, já amanhã, volto à luta com tudo o que tenho e tudo o que sou.

Não, Campo Pequeno, hoje não me apetece dedicar-te atenção. Preciso de tempo para processar, digerir e só depois gerir a frustração. Mas amanhã, já sabes, hei-de passar aí novamente. E um dia volto a dedicar-te a minha atenção. Só não hoje. Não ainda. Não já.