Dos dias em que recordo o que é a frustração: hoje. Receber um não nunca é fácil. Menos ainda quando, no momento, não se procurava nada e algo veio ao nosso encontro. E veio com um entusiasmo tal que contagiou quem não procurava nada. Nem sabia que queria procurar.
Se há coisa que fiquei a saber é que, sim, mereço um sítio melhor para trabalhar. Onde possa ser valorizada. Onde possa crescer. Onde não seja tratada como uma máquina de trabalho, que não sou.
Foi um “não” quando tinha tudo para ser um “sim”. Mas fez-me começar a mexer. Devagarinho, é verdade. Mas fez-me perceber que, afinal, não estou bem onde estou. Preciso de mais e melhor. E, além de precisar, mereço mais e melhor. Vou continuar a procurar. E sei que irei encontrar o que procuro. Porque mereço!
Ainda é hora de lamber as feridas. Se em Abril foi o momento de massagem ao ego, Agosto é o momento de aceitar e seguir o caminho depois de lamber as feridas.
Amanhã volto a erguer-me. Hoje recolho-me. Mas amanhã volto a ser eu no meu todo. E no fim de semana, com mais tempo, começo a fazer o que tenho adiado: procurar contactos de email e enviar o resumo dos últimos anos de trabalho em formato de curriculum vitae. Que, na realidade, pouco diz sobre o meu trabalho, sobre o meu percurso, sobre o que sei, sobre o que sou e como sou.
Se dói? As feridas doem sempre. E esta não é excepção. Mas sei que vai passar. Amanhã será melhor. E eu continuarei a ser mais e melhor do que o sítio onde estou.