Por breves momentos, brevíssimos mesmo, perdido no noção do tempo. Não sabias ao certo que dia da semana é. Para mim já era noite de sexta feira. Mas, de repente, lembrei-me que ontem foi segunda, portanto hoje só podia ser terça. E é, de facto.
Perder a noção dos dias é perfeitamente normal para quem está há dois meses de baixa. PS dias são sempre iguais. Pouca coisa tem dia fixo durante a semana. Na realidade, só o Yoga tem lugar na agenda. Quarta feira ao final da tarde, sábado logo de manhã. De resto, é tentar não errar antes de ver a data no telemóvel.
Não é fácil viver assim, sem rumo, sem nada para fazer, à espera de uma marcação de uma consulta catalogada como urgente. Uma espera que me traz ainda mais ansiedade quando percebo as dificuldades que já tenho. E hoje foi impossível não dar por elas.
Caminhar está cada vez mais difícil. E hoje foi particularmente complicado…assim como manter o equilíbrio.
Lidar com isto não está fácil…e o diagnóstico ainda não está fechado. Só quando estiver fechado é que vou ter real noção do que me espera. E só nessa altura é que vou ter orientação e apoio que preciso tanto…
Estou assustada, claro que sim. E preocupada. E a fazer o possível para não entrar na fase “porquê eu?” quando não há uma resposta simples e/ou concreta…
Sei que o tempo não me vai trazer nada de bom neste campo. Ou não fosse uma doença neuro degenerativa…e eu tenho medo.
Sinto-me perdida. Mas não estou sozinha. Cada dia que passa aumenta essa certeza. E, já o disse tantas vezes antes, é tão bom e tão importante. Mas por hoje é hora de enroscar e aninhar para descansar. Tentar dormir a noite toda. Sem repetir a última noite, interrompida a meio e um despertar demasiado cedo para quem não tem nada para fazer. Nem a medicação me ajuda a dormir a noite toda…e eu preciso de dormir e descansar. Assim como preciso de chorar e também não consigo…
Chega por hoje. Amanhã é dia de tratar do penso nas costas. E depois logo se vê…