Dizem que final de ano é altura para cortar com o que já não serve, com o que não é importante, com o que “não está”.
Seja, então!
Pode continuar a ser importante, mas se já não está é porque não quer estar. E não sou eu que vou manter o limbo.
Fica quem me Está, quem me É. Os Amigos. Os que têm acompanhado a minha caminhada, a minha luta. Os que me estenderam a mão quando mais precisei. Os que me acolheram como sou. Os que me sabem olhar e VER.
Não posso, nem quero, manter-me no limbo. Corto com o que, pela ausência, pelo silêncio que me grita, me faz mais mal que bem.
Continuará a ter um papel importante. Mas já não nas páginas que ainda hei-de escrever no meu livro. Continuará a ter um papel importante nas páginas já escritas, lidas e relidas e passadas, mesmo que não ainda ultrapassadas.
Se vai doer…? Vai. Muito. Como doeu o primeiro corte há quase 6 meses. Ou, se calhar, até vai doer mais. Mas quem quer saber, pergunta. Quem se preocupa, telefona. Silêncio, apenas silêncio ou pezinhos de lã. Já não me serve. Corto.
Corto contigo. Que sejas feliz. Quem sabe um dia nos cruzemos por aí. E talvez te diga bom dia. Ou talvez não te diga nada. Por muito que mantenhas para sempre em mim o papel que é teu.