Terça feira, aquele dia em que nada aconteceu. Ou melhor, aconteceu tatuagem na memória, mas essa guardo comigo, para mim. Tirando isso, nada.
Mas hoje fiz aquilo que há 6 meses não conseguia: dormir. Noite interrompida, claro, para acordar de manhã já não sei a que horas. Voltar a dormir. Acordar. Adormecer no sofá…
Hoje não houve momento na esplanada, não houve café na rua ao fim do dia, quase não houve ida à rua. E a única que houve foi tão rápida e curta que nem devia contar…
Mas houve tatuagem na memória. E cada vez mais há a certeza de que a vontade é para concretizar. Não sei como, não sei quando, sei apenas que é para tornar realidade. Logo se vê. Não nego que, como está, está a ser muito bom. É ter, à distância de um clique, muito mais do que alguma vez ousei imaginar ser possível. Mas é. Ainda não me atrevo a dar-lhe um nome. Nem precisa. Mas é muito e é bom. O que faz com que seja muito bom.
À distância de um clique está um mundo. Um mundo de coisas boas. Que vivencio a cada segundo. E sinto. Permito-me sentir. Sem medos, sem receios, que seriam naturais mas que nunca surgiram. Porque me sinto segura à distância de um clique.
Terça feira em que nada, para além de nova tatuagem na memória, aconteceu. E, no entanto, sinto-me cansada como se tivesse sido um dia corrido. Pouco passa das 22h15m e sinto-me a adormecer aos poucos… É também parte do meu processo de metamorfose.
Amanhã será melhor. Amanhã tenho que sair ao fim da tarde para a aula de Yoga, por isso amanhã saio de casa ao contrário do que aconteceu hoje. Agora é hora de enroscar e aninhar e descansar de não sei o quê. Mas sim, amanhã será melhor.