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Sexta feira e todo o dia com a sensação de ser quarta feira. Ou, por vezes, até segunda feira. Não posso dizer que seja por falta de rotina, porque segundas, quartas e sextas já estão bem definidas como rotina. Pelo menos aquelas horas entre sair de casa, ir à fisioterapia e regressar já fazem parte da rotina.

Não, hoje o dia não foi muito bom. A fisioterapia correu bem, desta vez com o Alexander, francês e colega do Miguel que hoje ficou em casa doente. Também ele muito engraçado, conversador e bem preparado. Terminam o estágio dia 19, o mesmo dia em que termino este segundo ciclo de fisioterapia. Se vou ter mais? Não sei. O que sei é que os estagiários todos que têm passado por mim vão fazer-me falta. Não só pelo tratamento mas também pela companhia. São miúdos. São. Mas sabem conversar. Sabem rir. Sabem cativar.

Terminada a fisioterapia é sempre hora de voltar para casa. E hoje, percebi quando cheguei à porta do prédio, era o último sítio para onde queria voltar. Não me perguntem porquê. Mas provavelmente por me sentir presa e não conseguir ir muito longe. Nem sozinha nem acompanhada.

A neura instalou-se rapidamente. Para ser acompanhada pela sempre presente frustração. Estava, mais uma vez, zangada. Comigo. E insegura. Muito. Tanto como há muito tempo não estava.

Quem está lá sempre à distância de um clique hoje encontrou uma Corujinha difícil. Não só pela neura, pelo mau humor mas sobretudo pela insegurança…

Não foi uma tarde fácil. Até que, já perto do final da tarde, me obriguei a enroscar no sofá, procurar o aconchego do calor do edredon e da almofada térmica e dormir. Obriguei-me a dormir. Estava cansada e não tinha percebido. E foram duas horas de sono profundo no sofá e no aconchego do calor que procuro a qualquer hora mas especialmente quando me rendo ao sofá e quando, à noite, chega a hora de dormir.

Não, hoje o dia não foi bom. Ou, pelo menos, a tarde. Zangada. Triste. Frustrada. A sentir-me sozinha mesmo sabendo que não estou. Agora é hora de enroscar e aninhar com a almofada térmica novamente. Porque, ainda não percebi porquê, procuro o aconchego do calor…

Amanhã começo o dia com o Yoga que não consegui fazer na quarta feira. Depois? Volto para casa. E fico à espera de um telefonema prometido esta tarde para amanhã. Telefonema que devia acontecer mais vezes. Porque me sabe bem. Porque me faz bem. Porque há palavras que quando ditas de viva voz sabem melhor do que as mesmas palavras escritas. São as palavras certas. As palavras todas. E que ambos sabemos quais são.

Amanhã será melhor. Tem que ser melhor. E eu sei que vou fazer por isso…

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