Dia de regressar ao Hospital para mais uma sessão de fisioterapia. Este hospital hoje está em registo Tolerância de Ponto. Que não houve. Mas que até não estranharia se tivesse havido.
Dizia eu, o Hospital está em registo de Tolerância de Ponto. Não se vê quase ninguém. Médicos, enfermeiros e auxiliares em pleno horário de almoço são muito poucos, para não dizer logo que são raros, mesmo na cafetaria.
Utentes então, são ainda menos. Mas eu, a minha dor de cabeça e a minha visão dupla cá estamos. Desde as 12h30 com a fisioterapia marcada para as 14h.
Está frio. Está vento. Está desagradável. Mas não me apetece ir para a sala de espera solitária. Vou ficando por aqui pela entrada principal, sentada ao pé do cinzeiro, a ver o tempo passar. Daqui a pouco vou para dentro. Não sei sequer como se chama o fisioterapeuta que vai tomar conta de mim hoje. Só sei que os meus meninos estagiários já terminaram o estágio e fazem-me muita falta. Especialmente em dias como o de hoje em que, até o bombeiro que me trouxe, quando chegámos ao hospital me disse “você hoje não está bem. Veio tão caladinha o tempo todo…”. Pois…normalmente vimos sempre na conversa em amena cavaqueira. Mas não hoje, Sr. Rui…não hoje…
Vamos ver como progride o dia. Se a dor de cabeça passa ou, pelo menos, acalma. E se a fisioterapia é tranquila ou é mais um tareão.
Também gostava de estar no mesmo registo deste hospital hoje: em regime de Tolerância de Ponto. Pelo menos para a dor de cabeça. Ah, e já agora para a visão dupla também…
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Regressar a casa foi, obviamente, sinónimo de aninhar e enroscar no sofá. Sozinha em casa. Com sono. Frio. E aquela dor de cabeça intensa e persistente… Claro que adormeci. E foram, pelo menos, duas horas em que simplesmente desliguei do mundo. E o mundo desligou de mim.
Amanhã não há Yoga de manhã. Despertador? Vai tocar na mesma e à mesma hora de todos os sábados. Mas apenas para medicação. Depois disso, é desligar novamente até quando for.
Por hoje? Já chega. Os dias são vazios, é verdade. Amanhã não será excepção. Mas, neste momento, não dou para muito mais.