O dia, apesar de parcialmente ocupado, felizmente foi mais tranquilo. Mais alguns episódios da novela dos últimos dias, mas nada que não fosse suportável ou demasiado stressante.
Mas foi um dia que me obrigou a dar uso às pernas. 2,140km não é nada, eu sei. Mas as minhas pernas estão no seu direito de discordar. Por causa das dores. E, por falar em dores, não falemos do meu joelho esquerdo que, nos últimos meses tem dado sinais de não estar a 100%. E hoje foi dia de ir buscar o resultado da TAC aos joelhos. E o diagnóstico, que para mim é grego, é uma Entesopatia. Seja lá isso o que for…
Mas isto tudo para dizer: eu sempre soube que era tesa! Daquelas sem um tostão. Nem sequer um tostão furado! Não era preciso gastar dinheiro ao Estado para fazer uma TAC aos joelhos para confirmar! Bastava mostrar o saldo bancário, ou não?!
Eu juro que, se não brincar com estas coisas, acabo por enlouquecer, e hoje, apesar das dores nas pernas e no joelho, só o nome me dá para rir e fazer piadas! O relatório sugere Ressonância Magnética. Está bem. Só que não… Vou pedir à médica de família encaminhamento para Ortopedia, claro. E, no Hospital, se quiserem avançar com a Ressonância Magnética, não me vou opôr, claro. Porque de outra forma não é possível.
É só mais uma queixa para juntar às outras todas. Como aquelas dores horríveis que tenho nas virilhas e que não faço ideia de onde vêm nem porque as tenho. Mas a vontade que dá é trocar algumas peças por outras novas. Infelizmente, não é possível. Por isso, façam-se exames atrás de exames e encaminhe-se para especialidade. E, acontecendo o encaminhamento hospitalar, é desta que eu peço o Cartão de Paciente Frequente com visitas convertíveis em cafés. Não peço muito, na verdade. Mas se o meu objectivo agora é tratar de mim, mesmo já vindo um pouco atrasada, encaminhe-se, examine-se e trate-se.
Eu sei, a idade não perdoa. Mas escusava era de me cair tudo em cima ao mesmo tempo. Afinal, eu sou só UMA! E já me bastava esta coisa que me apanhou na curva e que eu ainda não consegui aceitar.
Mas seja. Amanhã é dia de acordar cedo, de manhã um Hospital, de tarde outro. Vai ser um dia muito longo e cansativo, um verdadeiro desafio de resistência para as minhas pernas. E para o meu joelho. E para a minha cabeça. E para a minha paciência. Mas bora lá! É só mais um dia e, desta vez, não vai ser um dia igual aos outros.
O que me tem safado, ou seja, me tem ajudado a manter um mínimo de sanidade mental, ainda é o Yoga. E é também aí que vou descobrindo que há coisas que me doem em posturas básicas e não deviam doer. Mas, sim, é o que me faz aguentar o resto. E cada vez mais sinto ali uma espécie de rede de apoio. E isso não só é bom e sabe bem como é muito importante. E já sei que, naquele grupo, estou perfeitamente integrada, com bengala ou sem ela. Desde o professor Pedro às minhas colegas, estão lá todos para me ajudar. Não existe relação fora do Yoga, é verdade. Mas naquele período sei que posso contar com a ajuda de todos.
Agora já passa largamente da meia noite e o despertador amanhã toca muito cedo. E hoje podia continuar para aqui a divagar e conseguir a proeza de não dizer nada de jeito. Mas não posso. Estou cansada. E o dia amanhã promete ser duro para além de longo. Por isso, que se dê o dia por terminado. Amanhã? É devagar, devagarinho, mas chegar a horas às consultas é muito importante. Por isso, cama! Já! O resto? Logo se vê.