Esta tarde o telefone tocou. Era aquela chamada que nunca sabemos, tirando as datas de aniversário, quando vai acontecer, mas que realmente acontece.
“Quero saber de ti, o que é que se passa contigo?”
Esta é uma daquelas amizades que existem há mais de 20 anos, que começou a nível profissional com ela a ensinar e eu a aprender. E posso dizer que muito do que sei hoje (se não praticamente tudo) a nível de seguro automóvel o devo a ela. E, arrisco dizer, o clique entre as duas foi imediato.
Entretanto, cada uma seguiu o seu rumo profissional e o seu caminho. Mas, mais uma vez, as redes sociais nos trouxeram de volta, embora nunca se tenha perdido totalmente o contacto.
Não é daqueles telefonemas que acontecem todos os dias, todas as semanas ou todos os meses. Nem tem que ser para que a amizade, carinho e preocupação que temos uma pela outra se mantenha firme. Houvessem mais amizades assim…
A pergunta bateu cá dentro. Falámos sobre como estou, sobre o que se passa comigo. Como se ela não soubesse, como se ela não lesse o que escrevo.
E fica uma pergunta no ar: “mas porquê?“. Seguida de uma afirmação “não consigo compreender…!”.
Nem eu, Fernanda. Nem eu. Mas a verdade é que a Fernanda, e não seria de esperar outra coisa vinda de si, foi a única a fazer aquilo que mais ninguém faz: ligou e quis saber. O que se passa comigo. Como estou. Porque é que está a acontecer comigo aquilo que nenhuma de nós entende.
E ficou a pergunta no ar: custa assim tanto enviar uma mensagem que demora 30 segundos a ser enviada?
Quem souber que responda. Mas não me venham, mais uma vez, com promessas que nunca se quiseram cumprir nem dizer coisas só por dizer. “Havemos de ir beber café” é uma dessas coisas. Quando começa com “havemos de“, já sei que não irá acontecer. É dizer por dizer. Para ficar bem na fotografia? Não sei.
Mas, lá está: não sei, Fernanda. E também eu não entendo, mesmo que todos os dias pergunte “porquê?“… Acho que nunca saberemos a resposta a isso.
E à outra questão também não devemos ter resposta: “custa assim tanto enviar uma mensagem que demora 30 segundos a enviar?”
E, se não souberem sequer o que dizer, podem sempre começar com um simples “Olá.” Dizem que não custa nada. E faz bem. Aos dois lados…