{#258.109.2024}

Domingo nunca foi, até hoje, aquele dia de me sentir confusa por não saber exactamente que dia da semana é. Mas hoje foi…

Ontem à noite, mais uma vez, adormeci mais tarde do que gostaria. Desta vez não houve partilha de áudios nem nada que se pareça, apenas não consigo desligar a cabeça para dormir cedo todas as noites. Como hoje, em que já passa bem da hora que tinha pensado em ir dormir porque, amanhã, é dia de acordar cedo e preparar-me, seja lá como for que se faz isso, para finalmente fechar um capítulo. Mas a noite já começa a roçar a madrugada e ir para a cama é a última coisa que quero fazer…

Fui beber café à rua depois de jantar. Afastei-me da esplanada que estava cheia e onde o barulho e as conversas eram demasiado agressivas para a minha cabeça sempre confusa e cada vez mais intolerante ao barulho. Levei comigo, claro, a minha mãe, que me acompanha nestas curtas viagens à rua porque, para mim, sair sozinha é um risco. Risco esse que, à noite, aumenta significativamente.

Fomos as duas para o banco do jardim até que ela começou a dizer que queria voltar para casa. E a minha vontade de voltar para casa era zero… Como agora é zero a minha vontade de ir para a cama…

Cabeça a mil, ainda ponderei fazer uns minutos de Yoga. Viparita Karani para relaxar e desacelerar. Mas acabei por me vir isolar no cadeirão e tentar distrair-me a fazer scroll por aí nas redes sociais, a ver vídeos de animais. Cães, gatos, até baleias!, têm sido a minha companhia esta noite. E, de vez em quando, chega-me a voz da minha mãe. “Já é tarde!”. E é. Eu sei que é. E amanhã não vai ser fácil…

Mas sei que vou ter, à distância de um clique, a companhia dele, de mão dada comigo. E, à distância de um abraço, a pessoa que, no primeiro momento!, me disse “eu vou contigo, nem que seja em Bragança!”. P de Presença, claro. A quem fico a dever tanto. Mais do que ele próprio imagina. Porque, de facto, não só foi o primeiro a dizer “eu vou contigo!” como, do grupo de amigos, foi o único. E foi também quem se ofereceu para tudo! “Se for preciso reconhecer o corpo, eu vou contigo!” e “Para o que precisares, podes contar comigo!” E isso não tem preço.

P de Presença. Que não tem obrigação de nada disto. Mas que só confirma aquilo que eu digo tantas vezes desde que nos conhecemos em 2017: é das melhores pessoas que conheço, se não for mesmo a melhor pessoa que conheço! Sem dúvida nenhuma. E, por isso mesmo, fico com uma dívida enorme para com ele, embora já saiba que, para ele, essa dívida não existe. Mas, se eu já estava para o que fosse que ele precisasse, agora então será que eu vou estar se/quando for preciso! Nunca conseguirei ser do tamanho de pessoa que ele é, acho eu. Mas posso tentar. E simplesmente estar sempre para ele. Nem fico bem comigo mesma se não for assim.

E, com isto tudo, continuo a não ir para a cama. A cabeça continua a mil. E a vontade de chorar, e desta vez sem perceber bem o motivo, a apertar-me o nó na garganta…

O dia foi confuso. Acordar muito tarde como há muito tempo não acontecia. Ligar a televisão no canal de sempre e estar a dar, ao Domingo, aquela série que vejo todos os dias da semana àquela hora e que não costuma dar ao Domingo. Foi um imediato nó no cérebro… Por momentos pensei que tinha, de alguma forma, passado de Sábado directamente para Segunda feira e tinha que ter tratado de várias coisas no Domingo para preparar para Segunda feira e não tinha tratado de nada. Cada vez me acontece mais perder-me no calendário. E, se não estou em erro, também isso faz parte disto que me apanhou na curva. No fundo, é a parte cognitiva a dar sinais de vulnerabilidade…

Mas agora não me posso esquecer de uma coisa: um dia de cada vez! E, afinal, confirmei pouco depois que hoje ainda é Domingo. Mas, à conta dessa confusão no início do meu dia, todo o Domingo foi estranho… O melhor a fazer agora é dar o dia por terminado e tentar desacelerar e desligar a cabeça. Amanhã o dia não vai ser fácil, por isso é melhor ir tentar relaxar e descansar e dormir…

E amanhã, depois de tudo terminado, logo se vê como estou. Confusa estarei de certeza, nem que seja a nível emocional. Mas pelo menos sei que não vou estar sozinha. E só isso é uma ajuda preciosa e sem tamanho.

{comentários}

This site uses Akismet to reduce spam. Learn how your comment data is processed.